segunda-feira, julho 31, 2006

Small Talk

- Crente?
- Não, carente.

sexta-feira, julho 28, 2006

'the best things come from nowhere'

Quando ouvi os versos See I've lost love in many places / Not least the streets of São Paulo percebi que não tinha outro remédio senão gostar imediatamente de "Sao Paulo", um tema pop barroco de quase 12 minutos; num exagero melodramático de sobreprodução e megalomania musical de uma banda de que nunca tinha ouvido falar. Épico.

Os Guillemots não são pinguins, são: um gajo de Birmingham que se resolve chamar Fyfe Dangerfield (what's in a fucking name?), um antigo guitarrista de metal (ler métal) brasileiro, um baterista escocês e a senhora do contrabaixo - Aristazabal Hawkes.

Não percebo muito bem como é que isto vai dar em temas como Trains To Brazil, que não fala de comboios, e muito menos do Brasil (país onde nunca vi um comboio, pensando bem), mas é um clássico vamos-aproveitar-a-vida-e-ser-felizes pop instantâneo; ou no esquisitóide Who Left The Lights Out, Baby?, cheio de entusiasmo e clichés virados ou contrário (ou serão subvertidos? nunca sei).

Também há We're Here que fala de viagens (e de comboios) e só parece ser banal porque se sabe que a banda consegue mais, ao lado de outras canções menos boas e outras mesmo más, que só acabam por confirmar a genialidade de um gajo que não joga pelo seguro e resolve chamar-se Fyfe Dangerfield.

Tentei comprar Through The Windowpane hoje na Fnac, mas não havia. Fiquei triste porque gostaria de contribuir para o bem-estar financeiro de todos os elementos da banda, sem excepção.

A tocar aí fica Made Up Love Song #43, porque o Amor também é sempre uma invenção.

you got me off the sofa,
just sprang out of the air,
the best things come from nowhere
i can't believe you care

'Bora.

terça-feira, julho 25, 2006

Fez neste último Sábado exactamente um ano e uma semana em que acabei a noite num clube rockabilly no Soho

E, sinceramente, continuo sem saber o que dizer sobre isso.

A não ser que era mesmo verdade que ela disse que eu cheirava a pepino.

(Embora tenha acrescentado que o aroma era bastante agradável - o que não me parece estranho dado o tipo de local* onde me encontrava).


*O epíteto "rockabilly" não faz jus à verdadeira natureza do sítio, já que era uma mistura de bar gótico, clube rockabilly, antro hedonista e, entre freak shows, foi palco de uma incrível performance de jazz anos 50. Um dia falaremos melhor sobre isso.

Antes que isto me comece a parecer de mau gosto

Fica aí a tocar por um dia, ou dois, uma versão diferente - mas igualmente bonita - do I Touch Myself, pelo coro Scala - a youth choir from Aarschot, Belgium, roughly sixty teenage girls, directed by two talented brothers (nas palavras deles, a sério).


Também não me parece que sejam porcas.

What's in a name?


Aristazabal Hawkes

segunda-feira, julho 24, 2006

Sim, estava a ser irónico

Mas há uma semana ouvi este disco aí umas cinco vezes seguidas:

Noutro tipo de mundo eu até acharia este disco muito bom. Genial, mesmo.

Queria agradecer publicamente aos críticos de música indie portugueses, e aos outros também, que me induziram a gastar 18€ do meu ordenado nisto:

quinta-feira, julho 20, 2006

Em defesa das porcas

Não sei o que é pior, se o hi5 ou o blogue hi5 porcas.

O hi5 é, já por si, aquilo que pode ser considerado um site-aborto. Um dos pontos geralmente apresentados em seu favor - reencontrar pessoas que já não se vêem há algum tempo - baseia-se logo num pressuposto erróneo. Que razão me levaria a querer reencontrar uma pessoa com que me deixei de dar socialmente? A resposta é óbvia: nenhuma. (por alguma razão as pessoas deixam de ser ver)

O site acaba por ser um local de exibicionismo umbiguista para fins sexuais, exactamente como um blogue, mas com menos roupa e sem aspirações literárias.

A ideia do hi5 porcas até é valorosa, expor o ridículo do hi5, mas a piada óbvia e o excesso de pontos de exclamação resvalam o blogue para o ressabianço e para a misoginia. Não gosto de misoginia nem de pontos de exclamação. (No entanto, sou fã da misantropia - um dos poucos casos em que defendo a igualdade entre os sexos)

Grande parte das mulheres que conheço acha imensa piada ao hi5 porcas - o que não é curioso nem surpreendente (está explicado pelos mecanismo genéticos que regem o sistema reprodutivo e os humores femininos), mas reconfortante porque nenhuma delas teve a sorte de ser considerada porca só porque pôs uma fotografia no hi5 em bikini que não foi tirada por Helmut Newton.

Mau por mau fico à espera de um hi5 Cretinos, candidatos não faltam, é só ver os comentários às fotografias de qualquer miúda gira no site. Gosto sobretudo daqueles que aparecem ao lado dos carros.

Para terminar, até a expressão "porcas" me parece excessiva. Não é maneira de tratar uma senhora, ainda que ela seja retardada.

Seria quase o mesmo que chamar porca à Christina Amphlett dos Divinyls (que também não creio ser retardada), por causa desse incrível hino ao amor-próprio que é a música I Touch Myself. Não consigo explicar como gosto desta canção, sobretudo da parte final em que a cantora geme e segue para o último refrão onde parece dizer «I touch byself», como se estivesse constipada; mas eu sei que é devido ao facto dela ter estado a chorar, porque na realidade o tema é sobre um amor-incondicional-pelo-outro :

I want you
I don´t want anybody else

Agora a tocar aí ao lado e dedicada a todas as mulheres que sabem que não são porcas.

quarta-feira, julho 19, 2006

Eu não vou saltar, mas também devo ter sido a única pessoa que não foi ao último dia da Expo'98

World Jump Day - dia 20 de Julho.

A ideia é ter 600 milhões de pessoas a saltar ao mesmo tempo para alterar a órbita da Terra e acabar com o aquecimento global.

Não me parece que vá funcionar, mas se 100 milhões de pessoas fizerem um entorse no tornozelo, já terá valido a pena.

Ok, se uma pessoa fizer um entorse no tornozelo, já terá valido a pena.

segunda-feira, julho 17, 2006

(a ocasional) Neura do ex-expatriado

As dinâmicas da vida nocturna de uma cidade têm mais a ver com estatística ou com aspectos socio-culturais?

População da área metropolitana de Lisboa: 3.000.000 (aprox.)

População da área metropolitana de Londres: 13.000.000 (aprox.)

Promessas

Quando for pai tenciono deixar de fumar. E apagar qualquer traço da existência deste blogue.

sexta-feira, julho 14, 2006

Orgasms for all you girls in the house

Mais um favor que lhes faço. Tenho-me sentido muito magnânimo.

http://girlwithaonetrackmind.blogspot.com/2006/07/orgasms.html

Começar bem o dia através do Messenger

She says: Aquele gordo do teu blog tem tudo a ver ctg

quinta-feira, julho 13, 2006

Achtung Sweet Love

Ao contrário do que sustenta uma ideia bem enraizada na mitologia urbano-rural portuguesa, a língua inglesa tem uma tradução bastante aceitável para esse paradigma da tristeza do modo de ser português: a palavra saudade. É o vocábulo inglês longing. Mas isto não é novidade. Nem triste.

Triste é não haver nenhuma expressão portuguesa que traduza de forma satisfatória a expressão anglófona sweet love. No sentido sexual do termo, claro está, as in I'm going to make sweet love to you, woman.

O português faz amor, tem relações sexuais, fode e manda fodões, dá quecas, pina, embrulha-se e desembrulha-se em sentimentos de culpa católica; mas enquanto não perceber como é que se faz sweet love to a woman, não deixaremos de ser um país triste.

Primeiro passo: ouvir Jack Black* com esse enorme clássico de Marvin Gaye - Let's Get it On - a tocar ali ao lado. Enjoy.

*não é melhor que o original mas prova que os brancos também podem perceber disto

Sem espaço para grandes confusões

O klímax chega sempre antes da kátharsis.

Um favor que lhe faço ou uma experiência cinéfila que estrago, pouco me importa

The Break-Up não é uma comédia romântica triste porque tem um final infeliz. Quer dizer, pouco feliz. Quer dizer, assim assim de feliz.

É uma comédia romântica triste porque não tem lá grande piada.

Mesmo com Vince "you're so money you don't even know it" Vaughn.

Photobucket - Video and Image Hosting

Trent (Vince Vaughn): Baby, that was money! Tell me that wasn't money.
Mike (Jon Favreau): That was so demeaning.
Trent: She smiled, baby.
Mike: I can't believe what an asshole you are.
Trent: Did she, or did she not smile.
Mike: She was smiling at what an asshole you are.
Trent: She was smiling at how money I am, baby.
(Swingers, 1996)

terça-feira, julho 11, 2006

Brentism of the day


Those of you who think you know everything are annoying to those of us who do.

Achtung Prince

Lembro-me de uma altura em que todas as mulheres diziam adorar o Prince. Nunca percebi muito bem porquê. Também não sei se percebo bem este Controversy de sete minutos com um Pai-nosso lá pelo meio. Talvez esteja em negação de qualquer coisa. Mas gosto muito do verso

Do I believe in God do I believe in me? Controversy

E a música é o pináculo* de qualquer coisa que me ocorre agora categorizar de groove supercool.

*primeira vez que escrevo pináculo na vida.

Champ

Poderá haver algo de mais poético e grandioso do que escolher acabar o último jogo (que, por acaso, é a final de um campeonato do mundo) de uma carreira brilhante, com uma expulsão por agressão? Não deixa de ser trágico, sim, e triste, mas quem resiste a um herói assim, falível e humano? Não acho que Zidane seja menos jogador porque deu uma cabeçada no peito de Materazzi (nunca o faria a Maldini ou Baresi, pensem nisso). Aliás, para mim, esta é das melhores fotografias deste Mundial, a que melhor retrata a humanidade do jogador de futebol, a sensação de perda, da antecipação e concretização do falhanço. Muito mais do que qualquer imagem de um Cristiano Ronaldo choramingas.


Gostava de ter escrito um texto mais bonito, de ter evitado a junção das palavras "poético" e "grandioso" na mesma frase, ainda por cima logo de início, mas estou muito cansado. Deve haver textos por essa Internet fora, sobretudo na imprensa inglesa, que farão mais justiça a Zidane. E tenho noção de que nem este desabafo auto-desconstrutivo me pode safar.

O que posso garantir é que, a partir de hoje, darei cabeçadas no peito de pessoas que me irritem, depois levantarei os braços e bradarei: "ESTA É A MARCA DOS CAMPEÕES!".

segunda-feira, julho 10, 2006

Acabei de escrever um post que só será publicado, no mínimo, daqui a uns dois meses. É provável que o leitor comum não perceba porquê, mas a verdade é que eu também estou há algumas horas a tentar perceber isto:


Je te présente la tête de Zizou! Et... voilá!

Pois, é a vida.

sexta-feira, julho 07, 2006

London 7/7

terça-feira, julho 04, 2006

Acthung Robert Smith - You had me at "show me how you do that trick"

Just Like Heaven é das melhores canções resultantes dessa alegre angústia dos The Cure que, importa dizer, só conheço através do Greatest Hits e que, depois de ter comprado um cd deles, prefiro continuar a conhecer só através do Greatest Hits.

Robert Smith canta como se tivesse sido forçado a ler toda a obra Dosteivskiana (ainda antes das traduções dos Guerra) e a banda toca como se gostasse de música (algo raro em certos grupos). Para um apreciador de melodia na música e conhecedor profundo de angústias (ou será ao contrário?), não há muito mais a pedir.

Um tema que se não tivesse sido produzido nos anos 80 arriscava-se a não levar sintetizadores e, provavelmente, se banalizaria para sempre nas mãos de um qualquer produtor armado em cínico ou minimalista ou referencialista, nunca chegando a tocar aqui no Acthung Baby. Sim, aqui no Achtung Baby - O Melhor Blogue de Sempre.

segunda-feira, julho 03, 2006

When blogging becomes boring...

...you quote:

«I have nothing agains novelty in buildings - I am quite taken with the glass pyramid at the Louvre and those buildings at La Defénse that have the huge holes in the middle - but I just hate the way architects and city planner and everyone else responsible for urban life seems to have lost sight of what cities are for. They are for people.

That seems obvious enough, but for half a century we have been building cities thar are for almost anything else: for cars, for businesses, for developers, for people with money and bold visions who refuse to see cities for ground level, as places in which people must live and function and get around.

Why should I have to walk through a damp tunnel and negotiate two sets of stairs to get across a busy street? Why should cars be given priority over me? How can we be so rich and so stupid at the same time? It is the curse of our century - too much money, too little sense - and the Pompidou seems to me a kind of celebration of that in plastic.»

Bill Bryson, on the spot, again, in Neither here Nor there - Travels in Europe
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