quarta-feira, abril 30, 2008

Pergunta de Reflexão

Há um tipo de homem que, a meio de um passeio à beira-rio ou durante o Quem Quer Ser Milionário, olha profundamente os olhos de uma mulher e lhe diz: para mim é muito importante que a minha parceira tenha um orgasmo quando tenho relações sexuais.

A questão não é se queremos ser este tipo de homem, mas sim: que mulher quer este tipo de homem?


Desenvolvam dentro das vossas cabeças, por favor.

terça-feira, abril 29, 2008

Começo a voltar à velha questão de ter imensa coisa sobre a qual escrever mas não saber bem o quê

A não ser que a cada dia que passa melhoro realmente o meu Tecktonik.

domingo, abril 27, 2008

Limites

Há a ideia romântica de que não devemos ceder aos limites. Quando somos novos queremos viver a vida sem limites. Depois começamos a dizer tem de haver limites e sentimo-nos tão velhos que temos de ir para casa jogar Wii para nos sentirmos jovens outra vez; até percebermos que a Wii não é uma consola jovem - é uma consola gay.

O conceito de limite tem várias dimensões, sendo que a imagem romântica de uma luta constante com as nossas fronteiras é apenas uma delas. Em relação aos outros, por exemplo, há uma constante preocupação sobre limites, regras de conduta ou esferas de envolvência. Seja em relações superficiais, de amizade, profissionais, ou no campo do amor. E esta limitação não é um mal em si, é uma necessidade essencial ao bom relacionamento entre seres humanos inteligentes.

É importante saber lidar e reconhecer os limites nas nossas relações, interacções ou ligações. O problema é que muitas vezes só nos apercebemos dos mesmos a partir do momento em que são transgredidos, o momento em que passamos do limite ou em que alguém passa do limite connosco. As relações de amizade são as mais susceptíveis a este fenómeno, já que serão aquelas onde os graus de limitação estão menos definidos e as tipologias mais confusas.

Por exemplo, por vezes ocorre que um amigo passa um limite com uma observação que, se não é mal intencionada, se espatifa na nosso cérebro com a força tremenda de uma inanidade dolente. Ao ponto de causar uma reacção de mal-estar e irritação, por não se ter o à vontade suficiente para apontar ao amigo a patente imbecilidade que demonstra. Porque falhámos em impôr os limites necessários para impedir que nos puséssemos nessa situação, e agora teremos de contrariar o natural crescimento orgânico dos limites, ao tentar alterá-los a meio do processo. E isto porque, está claro, estávamos a pedi-las.

terça-feira, abril 22, 2008

Sidechains ♪



Há algo de foleiro nestes Sidechains que tem a ver com uma qualquer influência que se sente da música de dança dos anos 90, ou ao facto de serem espanhóis.

A salvar a noite aparece a batida sincopada da música electrónica e uma orientação groove, ainda que seja mais visível no superior Dr. Funk. É importante referir que cada vez sou mais fã da batida sincopada da música electrónica, já que a cada dia que passa aperfeiçoo com maestria as minhas capacidades de tektonik.

E isto tudo porque hoje dei por mim a escrever no messenger que é uma espécie de 'guilty pleasure' mas que acaba por ser aplacado pela obscuridade da banda. A capacidade de usar expressões como 'aplacar' no msn até a mim me surpreende.

quinta-feira, abril 17, 2008

Mother Bar, 333

Mais do que uma pessoa me vem dizer que deixei em Londres uma reputação de grande maluco. Um exagero algo equivocado, parece-me.* Encolho os ombros e digo qualquer coisa como "um homem tem de fazer aquilo que tem de fazer". Risos, pois.

No entanto, por vezes, a maior loucura é quando um homem não faz aquilo que tem de fazer. Mesmo que não valha a pena ter arrependimentos quando se teve por trás uma verdade, um sentido real; não se deixa de ter sido um grande equivocado.

*Ainda que tenha ido parar a um bar burlesco com uma figurinista do Fantasma da Ópera

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quarta-feira, abril 16, 2008

Oh pelamordedeus mas o que se passa convosco? São as sensibilidades 'modernas'? É isso? É que fazem a mínima ideia do que está em jogo aqui? Fazem?

Não, a sério, vocês já me tinham falado bem dos Postal Service a cobrir o Against All Odds do Phil Collins, e acabei de ouvir agora aqui. Mas porquê? O que é isto? Perdemos todos a cabeça?

É que nem digo isto pelos arranjos malenjorcados nem pela reviravolta taquicardíaca que a música sofre a meio. O assunto é bem mais sério.

(Com licença)



Percebem agora? E também não me refiro ao facto do Jeff Bridges a beber cerveja e carregar cocos ter infinitamente mais estilo do que a cara de 'leva-me para casa' do Josh Harnett. A questão essencial é que o vocalista dos Postal Service canta uma linha como "take a look at me now / there's just an empty space", com a emoção de alguém que chega a casa e repara que não há leite no frigorífico.

Eu explico, esta música é sobre uma pessoa que perde alguém tão importante que doía mesmo quando estava perto dessa pessoa só pelo facto dessa pessoa ser tão importante que até dói, só que agora ainda dói mais porque a pessoa foi embora. E agora essa primeira pessoa tem de lidar com essa angústia que o agonia dias e dias numa esperança que esbarra na verdade incontornável que é: esse outro alguém não volta. Muito provavelmente. Embora nunca se saiba. A não ser que tenha morrido, claro.

Voltem aos 2:35 do vídeo aí em cima e percebam qual é a única maneira possível de se cantar esta música, que é a maneira de quem pensa foda-se foda-se foda-se mas porquê porquê porquê pára de pensar nesta merda que dor isto nunca vai passar ah já sei vou fazer uma canção chamada Against All Odds que será uma das melhores canções pop sobre perda de sempre até que
cheguem uns mariconços chamados Postal Service e a fodam toda.

É que ao fim do dia isto não passa de um blogue, um blogue, não esquecer, é que às vezes não vale a pena ir mais longe do que isso

We like stories, we like to summarize, and we like to simplify [...] The narrative fallacy addresses our limited ability to look at sequences of facts without weaving an explanation into them, or, equivalently forcing a logical link, and arrow of relationship, upon them. Explanations bind facts together. They make them all the more easily remembered; they help them make more sense. Where this propensity can go wrong is when it increases our impressions of understanding.

Nicholas Nassim Taleb, in The Black Swan


terça-feira, abril 15, 2008

'Sort of.'

TOTP: Has a lovesong ever been so powerful that it's made you think you were in love with someone when you weren't?
Fyfe: Oh god. Blehhh. I think a lot of lovesongs have made me feel in that mood, but maybe not about someone in particular. But they can do that to you. Sort of. (daqui)

A tocar - Words.

Melhor resposta ao e-mail em que anuncio que voltei a escrever no blog:

Eu nunca elogiei o teu blog!

Sent from my iPhone

E-mail em que anuncio que voltei a escrever no blog:

dateFri, Apr 11, 2008 at 7:57 PM
subjectAchtung

Boa tarde a todos,

um homem chega a uma altura na sua vida em que tem de definir a sua marca. Perceber o contributo que deixa ao mundo. Vivemos na altura da Web 2.0, quando o utilizador é em simultâneo produtor e polarizador de conteúdos. Mas quem diz coisas destas provavelmente nunca leu blogs com nomes como "Na Terra da Feijoada" ou "As Aventuras de Carla Piaçaba". A verdade é que o mundo precisa do Achtung Baby. Ou melhor, algumas pessoas precisam do Achtung Baby. Talvez seja mais preciso dizer: algumas pessoas não se importariam de ler o Achtung Baby, ou que não lhes causaria grande transtorno ler o Achtung Baby.

Eu, pessoalmente, preciso de escrever no Achtung Baby. Assim, indico que voltarei a escrever com regularidade (até parar de o fazer) em - http://mrandre2u.blogspot.com (para quem já se esqueceu); um blog que tem a felicidade de não ser web 2.0, porque não permite comentários.

Envio-vos este mail porque vocês cometeram o erro de, em algum momento menos feliz da vossa vida, ter elogiado o meu blog. Por amizade, cortesia, confusão ou desejo sexual, qualquer que tenha sido a razão, não importa.

Obrigado,
André

(este e-mail não pode ser considerado 'spam' porque eu digo que não é. Se desejar remover esta mensagem da sua caixa de entrada e não souber como o fazer, isso é estranho.)

segunda-feira, abril 14, 2008

Regras de etiqueta para o homem moderno #6 - O Jantar Calminho de Amigos

À medida que o homem moderno envelhece, observa que parte dos seus amigos se começa a casar ou decide ir "viver junto" com alguém (note-se que esta última opção não tem sequer uma razão de obrigatoriedade legal, o que causa grande perplexidade ao homem moderno).

Ainda assim, em qualquer dos casos, o homem moderno vê-se obrigado a reajustar muitos dos seus comportamentos a esta nova dimensão social.

Um dos aspectos mais notórios é que a interacção com estes amigos, a partir do momento em que se casam ou vivem juntos, passa a depender em grande parte do "Jantar Calminho de Amigos". "Vamos fazer um jantar calminho de amigos cá em casa", são palavras que deixam o homem moderno desconfiado. O "Jantar Calminho de Amigos" é diferente dos jantares de amigos a que o homem moderno se habituou ao longo dos tempos, e rege-se por regras de conduta extraordinariamente diferentes. Passamos a enumerar algumas delas.

No "Jantar Calminho de Amigos":

- espera-se que o convidado leve uma garrafa de bom vinho ou uma sobremesa. A oferta de flores ou chocolates para a dona da casa será levada em excelente consideração, mas se o seu cabelo estiver excessivamente penteado acharão que você é gay. Aparecer sorridente com uma caixa com 24 minis de cerveja é inexplicavelmente inadequado, portanto não o faça.

- neste tipo de jantares o objectivo não é beber o máximo de álcool em casa, seguindo a lógica razoável do "é melhor atestar aqui que na rua é tudo mais caro". Os convidados beberão regradamente seguindo uma lógica da fruição e da companhia agradável. Regressar ébrio da cozinha dos amigos a gritar: "MAS COMO É QUE NÃO HÁ MAIS ÁLCOOL NESTA CASA!?", pode não cair bem.

- o uso de palavras como "gajas" ou "porcas" está fora de questão. Expressões como "estava bom de gajedo" ou "o outro sítio é que estava cheio de porcas" não serão bem recebidas pelos presentes, recém-inimigos da pertinência semântica.

- não será apropriado fazer alusões ou referência à sua vida sexual (ou falta dela). Apenas os casais ou os viventes juntos o poderão fazer, recorrendo ao típico anúncio solene de: "queríamos anunciar solenemente que estamos a tentar ter um filho!". Se isto acontecer, dê uns minutos para que os convivas possam oferecer os parabéns e anunciar brindes, depois exclame bem alto: "Ena, isso quer dizer que têm andado a foder como se não houvesse amanhã, não?". Dito isto, peça licença da mesa e vá à cozinha procurar cervejas. Se tiver sorte, retire-se à socapa do local com o máximo de cervejas que conseguir carregar, ninguém ali vai sair à noite de qualquer maneira.

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sexta-feira, abril 11, 2008

Talvez esteja na altura de ir encontrar a minha variável

*atenção: post com estraguete relativo ao LOST. 'Estraguete' é a tradução do inglês 'spoiler', que significa: o Jack vai ser pai, a Kate morre, ooops

No quinto episódio da quarta série de Lost, Desmond Hume (um personagem escocês que consegue ver o Few-Chah, e não o filósofo setecentista) fica preso numa espécie de alternância precária entre o passado e o presente. Hume acabará por morrer de maluquice hemorrágica pelo nariz se não conseguir chegar até à sua constant, uma pessoa especial que funcione como uma âncora que o possa fixar ao tempo real e - se alguem tiver a necessidade de pôr as coisas nestes termos - devolver-lhe o futuro.


quarta-feira, abril 09, 2008

E se aquele miúdo do OC que está sempre a esmurrar toda a gente fosse parar a Oz?

Em vez de tentar escrever algo verdadeiramente irrelevante que inspire os estimados leitores a ler outros tipos de blogues, acabo de passar uma hora a tentar perceber por que é que o Firefox embirra com o tocador de música do media player. Chegado à conclusão que a tecnologia da Microsoft está para o Firefox como os vídeos-dos-Incorrígiveis-que-não-sejam-do-Ricardo-Araújo-Pereira estão para o humor, decidi investir mais meia hora a instalar outro tipo de tocador de música.

Felizmente está a dar a série Oz na SIC Radical. Para quem não está acordado às duas da manhã, Oz é uma série de televisão sobre a vida numa prisão dos Estados Unidos. Tem várias semelhanças com outra série norte-america, a OC (Terra dos Ricos, penso): problemas com álcool e drogas, amores não correspondidos, sexo descomprometido e pessoas que sem razão aparente começam a esmurrar alguém. Também é semelhante à ficção nacional, mas com bons diálogos.

A série Oz devia ser de visionamento obrigatório em todas as escolas primárias portuguesas como uma eficaz ferramenta de prevenção criminal, falhando apenas em potenciais casos de psicopatas homicidas sodomitas (not that there's anything wrong with that).

As boas notícias são que não ando feliz. Assim, é provável que o ritmo de escrita conheça um ligeiro incremento nos próximos tempos, sobretudo à medida que escrevo estas linhas. Quando parar de as escrever, ninguém sabe o que acontecerá, mas o mais provável é que me vá deitar.

As más notícias são que alguém achou que eu teria algo de relevante para dizer sobre assuntos relevantes.

As realmente relevantes boas notícias são que acabaram as Jazz Sessions no Lux (também conhecidas como noites-onde-toda-a-gente-entra-menos-o-Jazz) e que os Guillemots têm um novo álbum.

terça-feira, abril 08, 2008

Este blogue só acaba quando eu disser que acaba

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