Respect
Atenção meus amigos, porque esta senhora, esta senhora (a que não se admite nenhum outro tipo de tratamento menos deferencial), antes de ser a ninfomaníaca mais charmosa da televisão, antes de se tornar o exemplo maior de que a vida - às vezes - pode valer mais a pena depois dos quarenta, antes de começar a assustar homens com uma voracidade sexual capaz de envergonhar um rancho de viúvas negras, passou os anos oitenta a fazer coisas destas:
Porky's (1982), Jack Burton nas Garras do Mandarim (1986) e Mannequin (1987), sem sequer mencionar que em 1984 era a namorada do Mahoney, no primeiro Police Academy. Do Mahoney!
E depois vieram os anos 90, as camisas de flanela, e uns tipos de Seattle que, porque tinham pais alcóolicos e mães prostitutas, resolveram optar pelo óbvio - uma carreira musical, e, já agora, criar um novo estilo de música. Ninguém andava muito divertido, e, o pior de tudo, Kim Cattrall tinha desaparecido. Vitimada, certamente, por alguma urdidura obscura, andou a fazer telefilmes de domingo-à-tarde ou coisas piores que envolviam o Gary Busey. Assim, Kim Cattrall, percebo-o agora, acabou por tornar-se num «elo perdido» entre os delírios infantis pré-sexuais da pré-puberdade e a entrada definitiva na vida adulta*. As consequências podiam ter sido piores, não fosse o colapso da União Soviética em 1991, e a consequente entrada da Rússia e dos antigos satélites socialistas no Elite Model Look of the Year, alterando para sempre a percepção do que pode ser uma miúda com 13 anos.
* altura em que aparece Samantha Jones a espalhar o Sexo pela Cidade.
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