quinta-feira, dezembro 30, 2004

Bring it on

2004 foi um ano de viragem. De fins, de inícios, de humildade. Não aquela humildade no sentido pio, ou de comiseração, quando se diz que alguém (geralmente a empregada doméstica velhinha e eficiente) «é uma pessoa muito boazinha, muito humilde». Falava da humildade socrática (Platão tinha um tipo de amor, Sócrates ficou-se pela humildade), no sentido de perceber que, precisamente depois do curso universitário, agora é que nos deparamos ainda com uma maior imensidão de coisas para aprender, apreender, pensar.

Quase diria que a universidade não nos prepara para o mundo; quanto muito acaba por abrir um mundo inteiro de possibilidades. Como a possibilidade de nos permitir escrever uma frase do género da anterior e ficar agoniados, tendo de ir vomitar bocadinhos de ponto e vírgula - incrustados em «mundos inteiros de possibilidades» - pela janela. Ou a possibilidade de escrever textos na terceira pessoa, quando nos referimos a nós próprios. A mim próprio. A eles próprio. Argh. Vocês perceberam. E isto é tudo um bocado para o assustador, sim (ter de pensar em pensar assusta), mas entusiasmante.

Desculpem lá este desabafo da humildade. Sei que seria bem mais interessante falar de inícios e fins, mas agora já não temos tempo. Entretanto, parece que vem aí um ano muito interessante. We'll keep you posted.

A todos um óptimo ano novo.

«The Fuhrer does not say Achtung Baby!».
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