Conceptualizando o Sketch*
(*este post também pode ser dedicado ao meu vizinho)
Atenção que o Sketch não é um Club. Não, o Sketch - ou, mais correcto, a Sketch Gallery - é um espaço conceptual, cheio de coisas conceptuais; daquelas coisas bonitas que os arquitectos e os designers gostam de conceptualizar para a plebe usuária.
O Sketch, dizem, é um daqueles places to be. Diz que está recheado de gente bonita, famosa e rica. Os ricos, bonitos e famosos, têm à disposição casas-de-banho conceptuais, que vão desde casulos brancos (lembra aquele filme do Woody Allen) a toilletes adornadas ostensa e extensivamente com cristais Swarovsky.
Pelo Sketch eu abri uma excepção. Eu abri a excepção de ficar quinze minutos à porta enquanto tentavam convencer o porteiro que também tinhamos conhecimentos, argumentos, e o direito de pedinchar uma entrada no universo dos ricos e famosos. Atenção que a minha excepção não foi querer ir ao Sketch (é óbvio que não ia perder a oportunidade), mas sim ter permanecido naquele limbo em que pessoas passam à frente do nosso nariz e entram sem problemas, e atrás de nós permanecem os rejeitados - que insistem em ficar especados diante dos porteiros, torcendo incondicionalmente para que outros se juntem às suas fileiras. O limbo é a morte de qualquer noite, mas neste caso acabou por correr tudo bem.
Boa música - um House a piscar o olho ao Techno (se isso existe) -, a frequência era heterogeneamente interessante (desde "excursões" de japoneses trendy, kensie blondes, meninos ricos da LSE e do King's); o bar era previsivelmente caro, e a música parou de tocar a umas frustrantes duas da manhã.
Era bonita a comunhão que havia na sala onde se dançava. Não digo pista de dança porque se dançava na sala de jantar. A referida sala era um cubo branco com quatro videowalls que passavam pornografia soft core - um belo toque -, mas o cenário das mesas brancas e pessoas a dançar entre cadeiras lembrava um casamento. Quando falo em comunhão falo numa espécie de nuvem identitária que unia todos os presentes e que, tirando o gajo de boina que foi consecutivamente barrado por dois mulheraços que dançavam ao meu lado, espalhava felicidade pela sala.
O tipo de felicidade que se cristaliza numa bonita frase que ouvi aqui há uns meses: "ó Rubínio (nome fictício), é claro que somos uma elite, é só olhar para os ordenados dos nossos pais!".
Que saudades do Lux.
Atenção que o Sketch não é um Club. Não, o Sketch - ou, mais correcto, a Sketch Gallery - é um espaço conceptual, cheio de coisas conceptuais; daquelas coisas bonitas que os arquitectos e os designers gostam de conceptualizar para a plebe usuária.
O Sketch, dizem, é um daqueles places to be. Diz que está recheado de gente bonita, famosa e rica. Os ricos, bonitos e famosos, têm à disposição casas-de-banho conceptuais, que vão desde casulos brancos (lembra aquele filme do Woody Allen) a toilletes adornadas ostensa e extensivamente com cristais Swarovsky.
Pelo Sketch eu abri uma excepção. Eu abri a excepção de ficar quinze minutos à porta enquanto tentavam convencer o porteiro que também tinhamos conhecimentos, argumentos, e o direito de pedinchar uma entrada no universo dos ricos e famosos. Atenção que a minha excepção não foi querer ir ao Sketch (é óbvio que não ia perder a oportunidade), mas sim ter permanecido naquele limbo em que pessoas passam à frente do nosso nariz e entram sem problemas, e atrás de nós permanecem os rejeitados - que insistem em ficar especados diante dos porteiros, torcendo incondicionalmente para que outros se juntem às suas fileiras. O limbo é a morte de qualquer noite, mas neste caso acabou por correr tudo bem.
Boa música - um House a piscar o olho ao Techno (se isso existe) -, a frequência era heterogeneamente interessante (desde "excursões" de japoneses trendy, kensie blondes, meninos ricos da LSE e do King's); o bar era previsivelmente caro, e a música parou de tocar a umas frustrantes duas da manhã.
Era bonita a comunhão que havia na sala onde se dançava. Não digo pista de dança porque se dançava na sala de jantar. A referida sala era um cubo branco com quatro videowalls que passavam pornografia soft core - um belo toque -, mas o cenário das mesas brancas e pessoas a dançar entre cadeiras lembrava um casamento. Quando falo em comunhão falo numa espécie de nuvem identitária que unia todos os presentes e que, tirando o gajo de boina que foi consecutivamente barrado por dois mulheraços que dançavam ao meu lado, espalhava felicidade pela sala.
O tipo de felicidade que se cristaliza numa bonita frase que ouvi aqui há uns meses: "ó Rubínio (nome fictício), é claro que somos uma elite, é só olhar para os ordenados dos nossos pais!".
Que saudades do Lux.
<< Home