segunda-feira, junho 13, 2005

Thanks again, Pat

Ver o Pat Metheny pela quinta vez ao vivo significa uma série de coisas, a mais importante é esta: o Coro de Santo Amaro de Oeiras já não tem o recorde de grupo musical que eu vi mais vezes in loco.

Outro aspecto, também importante, é o facto de ter ficado sentado na primeira fila (por mais cinco libras...!), portanto podia ver perfeitamente os dedos do Metheny a envergonharem 99% das pessoas que dizem que tocam guitarra no mundo, ao mesmo tempo que evitava contacto visual com os esgares de dor que acompanham um génio daquele calibre. O público (não digo inglês porque em Londres ninguém é inglês) era excelente - não houve cá saudades do «mítico calor lusitano» -, depois de cada solo parecia que o Apollo vinha abaixo.

Tive um arrepio quando soou pela primeira vez o tema do The Way Up; uma inversão de um Lá com sexta e nona bateu-me em cheio na testa e deixou-me um lágrima nos olhos (mas não rolou, alto lá); quando o tipo se despediu e agradeceu quase que saltei o palco e lhe dei um abraço (apenas porque seria fácil, mas seria ainda mais fácil ser agredido pelo baterista latino-americano, que estava mesmo à minha frente e era um tipo grande que gostava de fazer solos só acessíveis a pessoas com quatro hemisférios cerebrais).

E quando soaram os primeiros acordes do Last Train Home? Nem quero falar sobre isso...

Agora, por motivos de arquivo pessoal (the point of a blog, no?) passo a palavra a outro senhor que, mesmo usando expressões como «heights of fantasy», percebeu o que se passou:

«This dusty old pile beneath the Hammersmith flyover was still quivering when, after two encores, three standing ovations and three hours of music, Pat Metheny and his co-heroes finally disappeared into the wings. They'd given a fantastic performance - and that's the right word for an evening of music whose passion and precision really did reach heights of fantasy.

The shock-haired American virtuoso may not be everybody's favourite jazz guitarist (although the horde of converts around the merchandise stall would disagree), but nobody can deny his achievement in making an extended jazz suite a concert reality. The opening piece, composed by Metheny with his pianist Lyle Mays, lasted an hour and 20 minutes. In live-jazz circles that's unheard of, yet such was the acclaim that the concert could have ended right there.

It seemed minutes, opera-house style, before the applause subsided and Metheny could speak. 'Usually I say 'That piece is taken from our new CD',' he quipped, 'but in fact that was our new CD.' Dreamlike one moment and storming the next, this brilliant work used acoustic and synthetic voicings to transport recurring themes through a host of keys and rhythms. A lot of music to learn - nearly 30 minutes before the first extended solo - it was played faultlessly. (...)»
[Jack Massarick, Evening Standard]

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A Ibanez de Pat Metheny é um instrumento musical único e também pode ser usada como comando para a Playstation 2.
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