terça-feira, julho 12, 2005

Medo

Medo. O medo, esse sim, é normal. Esse combate-se, vence-se, conquista-se. Com o dia-a-dia, com a própria normalidade. Há quem prefira usar a anormalidade. Pôr os muçulmanos todos na fronteira e dizer-lhes «saiam». Desculpa? Perdoa-se-lhe o exagero ou, possivelmente, o cruel eufemismo (não esquecer que a maioria das fronteira britânicas sáo marítimas). Deixei passar, isso passa - espero.

E culpar a Guerra no Iraque, é patético? Sim, tão patético como dizer que o Iraque foi invadido para combater o terrorismo. Poderiamos também voltar à conversa do Bid Laden Made in CIA. Agora? A estratégia do Ocidente para o Médio Oriente, despida dos interesse económicos (sim, vamos ser simplistas e ingénuos) pode ser que seja mesmo a da implantação da democracia. A tal teoria do dominó. O começo não é auspicioso: bombardear, invadir, e ocupar um país para lhe implementar uma democracia (ao contrário de restaurar) é um acto: a) corajoso, b) condenado ao fracasso, c) que mascara outro tipo de interesses.

Por mais análises que se façam, ou que se tentem interpretar os ziguezagues dos resultados até agora (retirada da Síria do Líbano vs. presidente convervador no Irão), a decisão já foi tomada (por indíviduos legitimados em democracia, e que responderão perante os seus povos e a História). Assim, sair do Iraque agora parece-me tão absurdo como a ideia da invasão há dois anos atrás; e se os financiamentos da al-Qaeda estão tão intimamente ligados a certos estados árabes, como somos levados a crer, a resolução do problema pode passar mesmo pela tal "democratização" do Médio Oriente.

Por outro lado, por vezes parece tão simples a reivindicação dos terroristas: saiam do Islão. Era só os lacaios das corporações sedentas de petróleo quererem e devolvia-se o Islão aos seus fiéis. Mas é díficil esquecer que esta gente sonha com um Islão em que as mulheres são reduzidas a uma quase não-existência, onde o próprio individuo se desvanece numa desvirtuação e corrupção da própria inspiração religiosa. São regimes com provas de brutalidade e aberração dadas, no Afeganistão talibã, há uns anos, mesmo que o Ocidente nunca se pareceu preocupar muito. É impossível fechar os olhos outra vez. E talvez seja um pouco mais possível acreditar que se pode fazer alguma coisa a esse respeito, por ora acho que ainda me consigo agarrar a essa pequenina probabilidade. Se não o fizer resta a aceitação que para além das hipocrisias do mundo e da confusão que vai neste post, estamos todos condenados: ao trauma, ao medo, ao terror.
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