terça-feira, julho 12, 2005

Trauma

Trauma. O trauma não é normal. O trauma deriva de uma situação de anormalidade, como esta que se vive agora em Londres; o trauma não se apaga com palavras fanfarronas, ou com pints consecutivas de cerveja e sexo causal (no entanto deve tentar-se, obviamente).

O trauma interioriza-se, dialoga-se, cicatriza-se. O tamanho da marca, a profundidade, depende desse processo, e, talvez, da qualidade do sexo. Alguém na quinta-feira me perguntava se achava que ia precisar de ajuda profissional. Ri-me no momento, a pessoa voltou a perguntar, a justificar a pergunta, e quando desliguei o telefone achei que se procurasse ajuda profissional seria inteiramente por causa do que ouvi naquela chamada.

Mas acho que cada um fará a terapia que achar mais necessária, mesmo que seja a de não pensar sobre o assunto. A música, os livros, o inesgotável passado, presente e futuro da Britcom, o Curb Your Enthusiasm, as Friday Nights, as Saturday Nights, amigos, estar em Londres, escrever na merda do blogue. Har Mar Superstar. Terapias não faltam.
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