O que é que quer dizer com isso?
«Em Nova Iorque, um dos critérios para revistar passageiros nos transportes públicos, para além de sacos grandes ou casacos pesados no Verão, é ser "jovem muçulmano" ou "parecer do Médio Oriente". Há quem alegue que, de acordo com as estatísticas, se esse critério não for incluído, as buscas de nada valerão. Contudo, estas buscas são tão agressivas dos direitos de todos quanto infrutíferas. Os imigrantes ilegais, quando vêem polícia na entrada do metro, optam pela entrada seguinte, receando que lhes sejam pedidos documentos.» (DN, ler artigo completo)
O que é que a Joana Amaral Dias pretende exactamente, que não se reviste ninguém, ou que se reviste toda a gente? Quais são exactamente os direitos que são agredidos: o direito de andar com uma mala fechada na rua? Ou o direito de rebentar uma bomba no metro?
Até eu posso ser confundido com um jovem muçulmano. E, não seria exactamente entusiasmante, mas se algum dos seis mil polícias que estiveram nas ruas de Londres nesta quinta-feira me tivesse pedido para abrir uma mala, eu não teria tido qualquer problema. E muito menos ficaria rancoroso em relação ao velho de oitenta anos de fato listado e bengala que passaria ao meu lado sem ter sido interpelado pelas autoridades.
A crónica segue em frente, reforçando a argumentação com factos de almanaque, antes de acabar num corolário em que se pinta o novo Holocausto. Que «mais de metade dos árabes americanos são cristãos e não é na aparência que se detecta se são árabes», que os muçulmanos podem aparentar ter «proveniência africana, latina, europeia, portuguesa», etc. E qual é o problema de definir os possíveis terroristas como pertencentes de grupos raciais definidos? Pode até admitir-se que a metodologia do "pele de risco" seja tão racista como é ingénua, ao misturar paquistaneses, sicilianos, portugueses, sarracenos, e beduínos, mas a questão aqui é que não se está a perseguir, ou oprimir, ninguém por causa da religião - mas sim a tentar prevenir que alguém assassine civis num transporte público, seja em nome de que causa for.
Não discuto a eficácia ou não das medidas de segurança que estão a ser aplicadas, muitas delas em situação limite (há polícias em Londres que estão a trabalhar há 30 dias seguidos), mas há certo tipo de indignações morais, alinhadas no politicamente correcto, que me parecem desapropriados no contexto actual.
Atenção, gosto de coisas desapropriadas, mas não de indignações morais.
O que é que a Joana Amaral Dias pretende exactamente, que não se reviste ninguém, ou que se reviste toda a gente? Quais são exactamente os direitos que são agredidos: o direito de andar com uma mala fechada na rua? Ou o direito de rebentar uma bomba no metro?
Até eu posso ser confundido com um jovem muçulmano. E, não seria exactamente entusiasmante, mas se algum dos seis mil polícias que estiveram nas ruas de Londres nesta quinta-feira me tivesse pedido para abrir uma mala, eu não teria tido qualquer problema. E muito menos ficaria rancoroso em relação ao velho de oitenta anos de fato listado e bengala que passaria ao meu lado sem ter sido interpelado pelas autoridades.
A crónica segue em frente, reforçando a argumentação com factos de almanaque, antes de acabar num corolário em que se pinta o novo Holocausto. Que «mais de metade dos árabes americanos são cristãos e não é na aparência que se detecta se são árabes», que os muçulmanos podem aparentar ter «proveniência africana, latina, europeia, portuguesa», etc. E qual é o problema de definir os possíveis terroristas como pertencentes de grupos raciais definidos? Pode até admitir-se que a metodologia do "pele de risco" seja tão racista como é ingénua, ao misturar paquistaneses, sicilianos, portugueses, sarracenos, e beduínos, mas a questão aqui é que não se está a perseguir, ou oprimir, ninguém por causa da religião - mas sim a tentar prevenir que alguém assassine civis num transporte público, seja em nome de que causa for.
Não discuto a eficácia ou não das medidas de segurança que estão a ser aplicadas, muitas delas em situação limite (há polícias em Londres que estão a trabalhar há 30 dias seguidos), mas há certo tipo de indignações morais, alinhadas no politicamente correcto, que me parecem desapropriados no contexto actual.
Atenção, gosto de coisas desapropriadas, mas não de indignações morais.
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