sábado, dezembro 03, 2005

Esse Rio de amor que se perdeu

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Lagoa Rodrigo de Freitas vista do Corcovado, casa do Redentor. Saindo da Fonte da Saudade, cruza o viaduto, passa pela escola e pela Igreja, depois segue caminhando pela esquerda. Logo apanhará a Rua Vinicius de Moraes (que outra?) que desemboca lá na praia mítica de Ipanema. Seguindo caminhando entre a praia e hotéis e condomínios de luxo, chegará lá no Leblon, bairro da antiga e da nova boêmia carioca, com sorte encontra até o Chico tomando o café da manhã. Mulheres bonitas, surfistas, maconheiros, estudantes, todos passeando no calçadão. Voltando para Ipanema tome a Visconde de Pirajá, onde encontra a Pizzaria Guanabara esperando sua hora mais movimentada: já bem depois da madrugada, depois do fim dos shows, da noite carioca. Se por acaso se cruzar com a Nascimento Silva e quiser ir procurar o 107, saiba que não mais que um simples prédio você vai encontrar, mas não fique triste meu amigo, nem todo o amor foi loteado. Com sorte, com a companhia certa, você vai escutar as canções da canção do amor demais, você vai sambar junto com esse povo num qualquer teatro lá perto da cinelândia, você vai descobrir que quem põe o maravilhoso nessa cidade não é aquele livrinho que você comprou, mas sim toda essa música, toda essa poesia, que você ainda pode escutar nas certas esquinas.

Soneto de Quarta-Feira de Cinzas

Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada

Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada

Porque te vi nascer, de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura

Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.

[Vinicius de Moraes]
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