segunda-feira, dezembro 12, 2005

Gostaria de não ter tido de usar macacos para falar sobre este assunto

A boa-educação é importante. Um conceito subjectivo, é verdade, mas nunca vi ninguém mal-educado dizer que alguém é bem-educado e, no entanto, já vi gente desonesta a reconhecer a honestidade no próximo. Também é verdade que boa-educação compreende bem mais do que meras regras de conduta, como ter maneiras à mesa ou não cuspir na rua. De igual modo pode abranger menos do que pregam certas estreitezas mentais, que acham que toda a interacção social cai em regras fixas de um qualquer protocolo obscuro.

Naturalmente que a boa(ou má)-educação não determina o carácter de uma pessoa. Não faltam por aí cretinos ou mentecaptas bem-educados, e é bom não esquecer que comportar-se bem à mesa, ou olhar nos olhos de alguém a quem se aperta a mão, não é algo difícil de aprender: até um macaco - literalmente - pode ser ensinado a fazê-lo. Outras faculdades mais importantes não têm essa facilidade de assimilação.

Mas se J. passa, por duas vezes na mesma noite, a faca de cozinha a C. com a lâmina apontada na direcção da namorada, e insiste em partilhar com a mesa os momentos iniciais do seu processo digestivo, não consigo deixar de notar que J. é um selvagem. Ao mesmo tempo que também reparo que me torno no tipo de pessoa que começa a reparar nessas coisas. E isso é quase tão desconfortável como o comportamento de J. Quase.

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«É um bocado mal-educado, mas é óptimo profissional e excelente pessoa».

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