segunda-feira, junho 26, 2006

Ainda sobre creacionismo e evolucionismo

Duas maneiras de ver o mundo que também se podem aplicar à forma de encarar as relações amorosas.

Um «creacionista» acredita numa entidade pura que se forma sem explicações, em formas perfeitas de alma gémea ou amor à primeira vista, conceitos que perpetuam através de uma paixão (fé) quase incondicional aos outros ou a si mesmos.

Já os «evolucionistas» vêem uma relação como um processo de construção, feito de avanços e recuos (onde os avanços terão de superar sempre os recuos), e tentando acreditar que a felicidade reside em nos tornarmos melhores - e indispensáveis - aos olhos uns dos outros.

Os primeiros correm o risco de se apaixonarem por conceitos, e não por pessoas; mas o amor por um conceito que se tenta concretizar numa pessoa, com todas as limitações humanas, nunca poderá ser duradouro. Já os segundos podem ficar tão obcecados com a ideia de atingir a perfeição, que comprometem qualquer hipótese de felicidade, por causa de todas as limitações humanas.

O melhor mesmo deve ser não pensar sequer neste tipo de coisas.
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