'A ferocious and implacable opponent of those who water the dark roots of superstition'
Lê-se em parte do parágrafo final deste artigo sobre os 30 anos da publicação do livro de Richard Dawkins, o Gene Egoísta.
A Richard Dawkins pode, por vezes, faltar a elegância de um Feynman, mas não deixamos de estar perante um dos mais estimulantes cientistas-escritores contemporâneos. Sobretudo porque se sente em Dawkins uma paixão enorme pela vida e só depois ( mas quase de forma indissociável) pela Ciência, que o leva a ser o tal «storyteller whose tale is true, and it’s a tale of the inexhaustible wonder of the physical world, and of ourselves and of our origins» de que fala o artigo.
Se os frequentes (e deliciosos) ataques de Darwin às religiões organizadas - e ao conceito de "Fé" - incomodam algumas almas mais "tolerantes" (com aspas), não podemos esquecer que do outro lado do Oceano Atlântico existe um país onde se inventou um "debate" (com aspas) entre uma coisa chamada "criacionismo" e outra chamada "evolucionismo".
Não querendo ignorar que o "evolucionismo" seria algo bem mais saudável se os cientistas sociais não se tivessem lembrado de encher papéis com teorias sobre "darwinismo social", ou outros desvarios ocasionais de "evolucionar" tudo e mais alguma coisa, ao ponto em que se acha possível aplicar contornos maniqueístas às teorias da evolução; a ideia de debater com alguém que acredita que o mundo foi criado em sete dias, sete anos, sete mil anos, whatever, só pode ter a resposta aconselhada por Stephen J. Gould a Richard Dawkins: «Inevitably, when you turn down the invitation, you will be accused of cowardice or of inability to defend your own beliefs. But that is better than supplying the creationists with what they crave: the oxygen of respectability in the world of real science.»
A Richard Dawkins pode, por vezes, faltar a elegância de um Feynman, mas não deixamos de estar perante um dos mais estimulantes cientistas-escritores contemporâneos. Sobretudo porque se sente em Dawkins uma paixão enorme pela vida e só depois ( mas quase de forma indissociável) pela Ciência, que o leva a ser o tal «storyteller whose tale is true, and it’s a tale of the inexhaustible wonder of the physical world, and of ourselves and of our origins» de que fala o artigo.
Se os frequentes (e deliciosos) ataques de Darwin às religiões organizadas - e ao conceito de "Fé" - incomodam algumas almas mais "tolerantes" (com aspas), não podemos esquecer que do outro lado do Oceano Atlântico existe um país onde se inventou um "debate" (com aspas) entre uma coisa chamada "criacionismo" e outra chamada "evolucionismo".
Não querendo ignorar que o "evolucionismo" seria algo bem mais saudável se os cientistas sociais não se tivessem lembrado de encher papéis com teorias sobre "darwinismo social", ou outros desvarios ocasionais de "evolucionar" tudo e mais alguma coisa, ao ponto em que se acha possível aplicar contornos maniqueístas às teorias da evolução; a ideia de debater com alguém que acredita que o mundo foi criado em sete dias, sete anos, sete mil anos, whatever, só pode ter a resposta aconselhada por Stephen J. Gould a Richard Dawkins: «Inevitably, when you turn down the invitation, you will be accused of cowardice or of inability to defend your own beliefs. But that is better than supplying the creationists with what they crave: the oxygen of respectability in the world of real science.»
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