sexta-feira, julho 28, 2006

'the best things come from nowhere'

Quando ouvi os versos See I've lost love in many places / Not least the streets of São Paulo percebi que não tinha outro remédio senão gostar imediatamente de "Sao Paulo", um tema pop barroco de quase 12 minutos; num exagero melodramático de sobreprodução e megalomania musical de uma banda de que nunca tinha ouvido falar. Épico.

Os Guillemots não são pinguins, são: um gajo de Birmingham que se resolve chamar Fyfe Dangerfield (what's in a fucking name?), um antigo guitarrista de metal (ler métal) brasileiro, um baterista escocês e a senhora do contrabaixo - Aristazabal Hawkes.

Não percebo muito bem como é que isto vai dar em temas como Trains To Brazil, que não fala de comboios, e muito menos do Brasil (país onde nunca vi um comboio, pensando bem), mas é um clássico vamos-aproveitar-a-vida-e-ser-felizes pop instantâneo; ou no esquisitóide Who Left The Lights Out, Baby?, cheio de entusiasmo e clichés virados ou contrário (ou serão subvertidos? nunca sei).

Também há We're Here que fala de viagens (e de comboios) e só parece ser banal porque se sabe que a banda consegue mais, ao lado de outras canções menos boas e outras mesmo más, que só acabam por confirmar a genialidade de um gajo que não joga pelo seguro e resolve chamar-se Fyfe Dangerfield.

Tentei comprar Through The Windowpane hoje na Fnac, mas não havia. Fiquei triste porque gostaria de contribuir para o bem-estar financeiro de todos os elementos da banda, sem excepção.

A tocar aí fica Made Up Love Song #43, porque o Amor também é sempre uma invenção.

you got me off the sofa,
just sprang out of the air,
the best things come from nowhere
i can't believe you care

'Bora.
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