terça-feira, julho 11, 2006

Champ

Poderá haver algo de mais poético e grandioso do que escolher acabar o último jogo (que, por acaso, é a final de um campeonato do mundo) de uma carreira brilhante, com uma expulsão por agressão? Não deixa de ser trágico, sim, e triste, mas quem resiste a um herói assim, falível e humano? Não acho que Zidane seja menos jogador porque deu uma cabeçada no peito de Materazzi (nunca o faria a Maldini ou Baresi, pensem nisso). Aliás, para mim, esta é das melhores fotografias deste Mundial, a que melhor retrata a humanidade do jogador de futebol, a sensação de perda, da antecipação e concretização do falhanço. Muito mais do que qualquer imagem de um Cristiano Ronaldo choramingas.


Gostava de ter escrito um texto mais bonito, de ter evitado a junção das palavras "poético" e "grandioso" na mesma frase, ainda por cima logo de início, mas estou muito cansado. Deve haver textos por essa Internet fora, sobretudo na imprensa inglesa, que farão mais justiça a Zidane. E tenho noção de que nem este desabafo auto-desconstrutivo me pode safar.

O que posso garantir é que, a partir de hoje, darei cabeçadas no peito de pessoas que me irritem, depois levantarei os braços e bradarei: "ESTA É A MARCA DOS CAMPEÕES!".
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