terça-feira, outubro 24, 2006

O Sexo e a Doutrina

Minha cara Leididi, eu acho muito bem que estejamos a viver uma altura (e estamos) em que existe mais naturalidade (mentes perversas preferirão a expressão 'maior abertura' neste contexto) em relação a essa natural questão que é o sexo. Sendo o sexo um assunto natural, o mesmo não quer dizer que seja banal. Todo este hype e conversa sexoeacidadiana da emancipação e reivindicação feminina sexuais aliada a propaganda diversa em tom ordinário e doutrinário, é realmente enjoativo. (Os homens, por outro lado, parecem andar mais atentos e, em consequência menos básicos, embora se registe um aumento notório de neuroses masculinas em relação a tudo isto.)

No entanto, há algumas mulheres a escrever muito bem e ordinariamente sobre estes assuntos. O importante é conseguir conjugar uma prosa elegante e descomplexada com o tom ordinário, um talento ao alcance de poucas. A parte doutrinária é que se torna de todo dispensável. De repente toda a gente parece obcecada em partilhar manuais da tântrica massagem, do bom fellatio ou do original cunnilingus. Não me parece de todo o caminho indicado a seguir nestes assuntos e só aumenta o número de pessoas a andar por aí com os bolsos atafulhados de cábulas. E todos sabemos quão perigoso é um ser humano que anda por aí com os bolsos atafulhados de cábulas.

Também dispenso as pessoas que acham que têm de esfregar a sua sexualidade na cara dos outros (uma imagem que pode ser feliz, admito), sem terem sido convidadas para o fazer. Uma coisa é falar naturalmente de sexo, outra é ter necessidade de o gritar aos ouvidos de toda a gente. Quite rude, I'd say.
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