O Criador no Céu, os Criativos na Terra
Quando não estão ocupados em fazer-nos crer que a qualidade de vida vem em caixas de detergente e a felicidade eterna se descarrega para gadgets de mp3 (entre outras coisas que pessoas hirsutas gostam de notar), os publicitários também são responsáveis pela invenção da categoria profissional mais engraçada da actualidade - o Criativo. Não me consigo lembrar de mais nenhuma profissão que seja denominada exclusivamente por um adjectivo, com a excepção provável de azeiteiro, e aí com carácter de insulto.
Mais do que desenhadores, redactores, ou - pasme-se - publicitários; estas pessoas são Criativas. Não deve ser nada fácil para alguém andar por aí a apresentar-se como Criativo. A pressão em eventos sociais deve ser tremenda, já que é sabido que muitos Criativos têm sido vistos a tentar almoçar com os talheres nos pés, pelo simples facto de acharem que seria criativo, original e conceptual.
No entanto, se pensarmos bem, e isto não é demérito para o mundo da publicidade (antes pelo contrário), seria muito mais interessante se todos os profissionais começassem a usar adjectivos na descrição das suas funções. Um advogado, por exemplo, seria 'sagaz':
- José Silva, Sagaz, como está?
Soaria bem. O chefe de José Silva seria o Sócio Sagaz.
Os médicos seriam 'meticulosos'. Meticuloso de Clínica Geral gravado a baixo relevo numa bela placa de madeira faz todo o sentido. Os inspectores poderiam passar a 'argutos' - Arguto da Polícia Judiciária ficaria bem num cartão de visita. Assim como Arguto de Seguros.
Os vendedores (a que alguém criativo resolveu chamar de comerciais ou accounts) seriam simplesmente 'persistentes'. Tipo: «aquele ali é o Carlos, o ano passado foi o nosso melhor Persistente, e daqui a uns tempos vai chegar a Director Persistente. Já o Santos não teve tanta sorte. Quando descobrimos que era apenas um Chato do Caralho, tivemos de o mudar para as Relações Públicas.»
Mais do que desenhadores, redactores, ou - pasme-se - publicitários; estas pessoas são Criativas. Não deve ser nada fácil para alguém andar por aí a apresentar-se como Criativo. A pressão em eventos sociais deve ser tremenda, já que é sabido que muitos Criativos têm sido vistos a tentar almoçar com os talheres nos pés, pelo simples facto de acharem que seria criativo, original e conceptual.
No entanto, se pensarmos bem, e isto não é demérito para o mundo da publicidade (antes pelo contrário), seria muito mais interessante se todos os profissionais começassem a usar adjectivos na descrição das suas funções. Um advogado, por exemplo, seria 'sagaz':
- José Silva, Sagaz, como está?
Soaria bem. O chefe de José Silva seria o Sócio Sagaz.
Os médicos seriam 'meticulosos'. Meticuloso de Clínica Geral gravado a baixo relevo numa bela placa de madeira faz todo o sentido. Os inspectores poderiam passar a 'argutos' - Arguto da Polícia Judiciária ficaria bem num cartão de visita. Assim como Arguto de Seguros.
Os vendedores (a que alguém criativo resolveu chamar de comerciais ou accounts) seriam simplesmente 'persistentes'. Tipo: «aquele ali é o Carlos, o ano passado foi o nosso melhor Persistente, e daqui a uns tempos vai chegar a Director Persistente. Já o Santos não teve tanta sorte. Quando descobrimos que era apenas um Chato do Caralho, tivemos de o mudar para as Relações Públicas.»
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