quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Tear Us Apart ♪

Ian Curtis a agonizar um refrão com o verso Love Will Tear Us Apart ao lado de um baixo pulsante e sem complacências, acompanhado pela a guitarra que rasga a melodia ambígua dos sintetizadores - estamos perante óbvia grandeza musical e um primeiro parágrafo excessivamente adjectivado.

Talvez nem seja preciso falar da questão do paradoxo do refrão love will tear us apart. Pessoas de bem (e poetas, suponho) saberão que não se trata de paradoxo, mas, mesmo assim, sempre ouvi Love Will Tear Us Apart como a inevitabilidade de um tamanho amor que leva duas pessoas a conhecerem-se tão bem que atingem um ponto de ruptura. Há pouco tempo apercebi-me (é com frequência que me apercebo tardiamente de factos por demais evidentes, como haver um chocolate com nome de planeta/deus romano) que Love Will Tear Us Apart também pode significar a introdução de um elemento terceiro; que se torna num amor primeiro e despedaça o existente.

O único aspecto que não está contemplado nesta canção, no que toca a rompimentos destes, acaba por ser a mentira. Mesmo a
mentira sem amor, sobretudo essa, especialmente essa. Lies Will Tear Us Apart suponho, comporia o resto do quadro. Mas o Ian Curtis não estava para isso, e eu, sinceramente, também já não estou.
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