O Meu Álbum de Stockholm
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Jens Lekman tem um canção sobre o Tram #7 to Heaven, e essa é a única justificação que arranjo para ter fotografado um eléctrico azul no centro de Estocolmo. Há que desprezar pessoas que tiram fotografias de eléctricos ou de gente a beber água em torneiras de rua, eu sei, mas este tem o número sete, repare.
Por sms recomendaram-me que visitasse o Vasamuseet. Paguei dez euros e entrei às cegas no Vasamuseet. Isto por duas razões: a primeira, porque só me preparo superficialmente para viagens destas e não sabia o que era o Vasa nem o Vasamuseet; a segunda, porque estava mesmo escuro lá dentro. No interior, descubro que todo o museu é dedicado à história do Vasa - um galeão sueco do século XVII e uma das principais atracções turísticas da Suécia. O Vasa foi construído para ser um dos maiores e mais imponentes navios da história da marinha real sueca.
Todo o museu é dedicado ao Vasa, à construção do Vasa, aos tripulantes do Vasa, aos primos do Vasa, às pessoas que viram o Vasa da janela de sua casa, à comida que levava o Vasa, à madeira com que construíram o Vasa, o pederasta que tentou violar o Vasa, etc. etc. E no centro do museu, lá está, o imponente Vasa no seu esplendor de Galeão setecentista pejado de homens rudes e pouco higiénicos. Repare:
No entanto, um pormenor interessante no meio de toda a história do Vasa é que, no dia da viagem inaugural, o galeão magnífico e imponente e amigo-dos-reis e símbolo do poderio da armada sueca saiu do porto, aclamado e urrado pela populaça, andou 300 metros e afundou-se. Quando soube disto não consegui deixar de pensar:
Em baixo, a abordagem vanguardista da democracia social Escandinava contra o problema da música de elevador.
Até há relativamente pouco tempo não havia multidões em Estocolomo. Mesmo na Europa, as multidões surgiram pela primeira vez em França com o Maio de 68, tendo sido posteriormente domesticadas e usadas para fins de composição da paisagem urbana. Só agora começam a ser utilizadas nas cidades suecas, e na sua grande maioria são compostas por pessoas importadas.
Termino com a imagem de uma bonita igreja que me chamou a atenção ao longe e da qual guardo óptimas recordações. Uns metros à frente da Igreja descobriria uma esplanada junto à água, onde, sob um sol de 30 graus, bebi um litro e meio de cerveja cara sueca, li metade do Adverbs, todos os artigos de capa da Wired e a secção de reviews da Uncut. Escrevinhei ainda os tópicos das regras de etiqueta para casamentos mas, como estava alcoolizado, revelar-se-iam ilegíveis e tive de pensar no post todo outra vez, tendo perdido aquelas que seriam as piadas mais geniais e brilhantes que alguma vez a blogosfera conheceria.
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