Let's Make Love and Watch Out For The Shoe From Above
Interrompo o não-programado interregno bloguístico devido a novas que chegam de Brighton, pequena cidade de fama musicada do Reino Unido. Ao que parece, Lovefoxx, vocalista dos CSS, um colectivo electro-taradão originário do Brasil, terá sido atingida na face por um sapato arremessado por um espectador, durante um concerto.
São estranhos tempos estes em que alguém decide abdicar de um sapato, peça de indumentária imprescíndivel à eficaz locomoção da espécie, sacrificando assim o conforto pessoal em nome do descontentamento relativo a uma banda musical que usa siglas para se apresentar.
Que razões poderão levar um homem (ou uma mulher) a decidir desemparelhar-se de um sapato? Boas, excelentes razões, deveremos supor. Uma vocalista que gosta de se despir em palco e saltar para cima do público pode muito bem ser uma delas. Ninguém deve ter de lidar com a angústia de estar a ver um concerto, temendo a qualquer momento que alguém nu lhe caia em cima. O arremesso do sapato, ainda que condenável, torna-se quase justificável.
Pensar, "por Zeus, que concerto tão pouco satisfatório, resta-me atirar o mocassin direito e esperar que lhe acerte na face, antes que decida atirar-se para cima desta turba ululante e me acerte com a vulva em cheio na mona", torna-se o último reduto do homem civilizado.
Há que fazer frente a esta vaga de artistas "sexuais". Gente que gosta de gritar dos palcos: "olhem, uma vagina! Irei esfregá-la nas vossas caras e verão como somos sexuais e desinibidos!". Penso que já terei escrito sobre isto, não me lembro bem, tem a ver com subtilezas e boa educação. Tem a ver com a preservação da sensualidade, da boa pornografia, da condição da espécie, de tudo o que é bom no universo. E, sobretudo, tem a ver com o facto de eu ser um indignado.
Por fim, outros artistas a quem, ainda que condenavelmente, talvez fosse justificável arremessar sapatos:
- à Peaches (pelas razões supracitadas)
- ao Jack Johnson (porque não usa sapatos em palco, o que seria de uma ironia tremenda e hilariante)
- ao Thom Yorke dos Radiohead (porque está sempre a redefinir o universo da indústria musical, o que me irrita. E por causa do Creep, que também me irrita.)
São estranhos tempos estes em que alguém decide abdicar de um sapato, peça de indumentária imprescíndivel à eficaz locomoção da espécie, sacrificando assim o conforto pessoal em nome do descontentamento relativo a uma banda musical que usa siglas para se apresentar.
Que razões poderão levar um homem (ou uma mulher) a decidir desemparelhar-se de um sapato? Boas, excelentes razões, deveremos supor. Uma vocalista que gosta de se despir em palco e saltar para cima do público pode muito bem ser uma delas. Ninguém deve ter de lidar com a angústia de estar a ver um concerto, temendo a qualquer momento que alguém nu lhe caia em cima. O arremesso do sapato, ainda que condenável, torna-se quase justificável.
Pensar, "por Zeus, que concerto tão pouco satisfatório, resta-me atirar o mocassin direito e esperar que lhe acerte na face, antes que decida atirar-se para cima desta turba ululante e me acerte com a vulva em cheio na mona", torna-se o último reduto do homem civilizado.
Há que fazer frente a esta vaga de artistas "sexuais". Gente que gosta de gritar dos palcos: "olhem, uma vagina! Irei esfregá-la nas vossas caras e verão como somos sexuais e desinibidos!". Penso que já terei escrito sobre isto, não me lembro bem, tem a ver com subtilezas e boa educação. Tem a ver com a preservação da sensualidade, da boa pornografia, da condição da espécie, de tudo o que é bom no universo. E, sobretudo, tem a ver com o facto de eu ser um indignado.
Por fim, outros artistas a quem, ainda que condenavelmente, talvez fosse justificável arremessar sapatos:
- à Peaches (pelas razões supracitadas)
- ao Jack Johnson (porque não usa sapatos em palco, o que seria de uma ironia tremenda e hilariante)
- ao Thom Yorke dos Radiohead (porque está sempre a redefinir o universo da indústria musical, o que me irrita. E por causa do Creep, que também me irrita.)
<< Home