domingo, abril 27, 2008

Limites

Há a ideia romântica de que não devemos ceder aos limites. Quando somos novos queremos viver a vida sem limites. Depois começamos a dizer tem de haver limites e sentimo-nos tão velhos que temos de ir para casa jogar Wii para nos sentirmos jovens outra vez; até percebermos que a Wii não é uma consola jovem - é uma consola gay.

O conceito de limite tem várias dimensões, sendo que a imagem romântica de uma luta constante com as nossas fronteiras é apenas uma delas. Em relação aos outros, por exemplo, há uma constante preocupação sobre limites, regras de conduta ou esferas de envolvência. Seja em relações superficiais, de amizade, profissionais, ou no campo do amor. E esta limitação não é um mal em si, é uma necessidade essencial ao bom relacionamento entre seres humanos inteligentes.

É importante saber lidar e reconhecer os limites nas nossas relações, interacções ou ligações. O problema é que muitas vezes só nos apercebemos dos mesmos a partir do momento em que são transgredidos, o momento em que passamos do limite ou em que alguém passa do limite connosco. As relações de amizade são as mais susceptíveis a este fenómeno, já que serão aquelas onde os graus de limitação estão menos definidos e as tipologias mais confusas.

Por exemplo, por vezes ocorre que um amigo passa um limite com uma observação que, se não é mal intencionada, se espatifa na nosso cérebro com a força tremenda de uma inanidade dolente. Ao ponto de causar uma reacção de mal-estar e irritação, por não se ter o à vontade suficiente para apontar ao amigo a patente imbecilidade que demonstra. Porque falhámos em impôr os limites necessários para impedir que nos puséssemos nessa situação, e agora teremos de contrariar o natural crescimento orgânico dos limites, ao tentar alterá-los a meio do processo. E isto porque, está claro, estávamos a pedi-las.
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