E um dia hão-de chegar desta maneira à Teoria Unificadora do Universo, não tenho qualquer tipo de dúvida
Outro dia surpreendi uma amiga minha com a racionalidade de uma análise sobre uma relação amorosa. A minha amiga não só ficou surpreendida com o conteúdo da análise, que era estruturado e profundo, mas também com o facto de um homem ser capaz de fazer uma análise racional sobre uma relação amorosa - capacidade que ela atribuía em exclusivo ao sexo feminino.
Fiquei surpreendido com a supresa dela. Pensei ser do conhecimento comum o estereótipo da racionalidade masculina, em confronto com a emotividade feminina. "Não quando se aplica a relações, só a baratas", responderam algumas amigas minhas (três), inquiridas em sondagem.
Tenho sido ao longo da vida adjectivado com frequência de ser racional. Ser racional pode ser um ponto positivo, num contexto do género "a tua racionalidade permitiu que sobrevivêssemos nesta ilha deserta durante oito dias", mas também pode ser um eufemismo para "és um cabrão insensível com demasiada discografia dos U2".
Se esquecermos que as tradicionais dicotomias entre razão e emoção assentam geralmente em noções superficiais e, por vezes, idiotas, podemos tentar perceber o que está aqui em questão. E o que está aqui em questão, é que, em termos de análise de relações, as mulheres vivem numa ilusão de racionalidade. Esta ilusão é ancorada num tipo de complexidade processual de pensamentos que os peritos classificam como "chirinola mental".
Vejamos. Se, por exemplo, uma mulher quiser explicar a um homem algo simples como "não vai acontecer nada entre nós, acabei de sair de uma relação e não és bem o meu género"; o que acaba por sair é algo deste tipo:
- Eu até ía, mas não posso, quer dizer poder posso, mas não é linear, os astros desalinham-se, Vénus entra em Júpiter, à bruta, estou confusa, é verdade que não tenho certezas, não te chateies comigo, podemos ser amigos, estou certa, mas nunca nos poderemos dar bem, ainda usas calças novas a fingir que estão deslavadas, percebes, nunca daria certo, talvez há uns anos atrás, eu tenho de me respeitar, de respeitar a vida, tu lês livros, nunca faria sentido, eu estou apaixonada por mim, e por ti, sofro muito, e ainda estou apaixonada por ele, esse cabrão, nunca vai dar, mas sei onde isto vai dar, não é a ti, és alto, homens altos fazem-me sofrer, ah és alto pois, não me mintas, já me mentiram muito, mas olha, não sofras, o quê, estás te a cagar? Eu sabia, és um cabrão insensível com demasiada discografia dos U2.
Isto, para uma mulher, é uma análise racional.
Respect.
Fiquei surpreendido com a supresa dela. Pensei ser do conhecimento comum o estereótipo da racionalidade masculina, em confronto com a emotividade feminina. "Não quando se aplica a relações, só a baratas", responderam algumas amigas minhas (três), inquiridas em sondagem.
Tenho sido ao longo da vida adjectivado com frequência de ser racional. Ser racional pode ser um ponto positivo, num contexto do género "a tua racionalidade permitiu que sobrevivêssemos nesta ilha deserta durante oito dias", mas também pode ser um eufemismo para "és um cabrão insensível com demasiada discografia dos U2".
Se esquecermos que as tradicionais dicotomias entre razão e emoção assentam geralmente em noções superficiais e, por vezes, idiotas, podemos tentar perceber o que está aqui em questão. E o que está aqui em questão, é que, em termos de análise de relações, as mulheres vivem numa ilusão de racionalidade. Esta ilusão é ancorada num tipo de complexidade processual de pensamentos que os peritos classificam como "chirinola mental".
Vejamos. Se, por exemplo, uma mulher quiser explicar a um homem algo simples como "não vai acontecer nada entre nós, acabei de sair de uma relação e não és bem o meu género"; o que acaba por sair é algo deste tipo:
- Eu até ía, mas não posso, quer dizer poder posso, mas não é linear, os astros desalinham-se, Vénus entra em Júpiter, à bruta, estou confusa, é verdade que não tenho certezas, não te chateies comigo, podemos ser amigos, estou certa, mas nunca nos poderemos dar bem, ainda usas calças novas a fingir que estão deslavadas, percebes, nunca daria certo, talvez há uns anos atrás, eu tenho de me respeitar, de respeitar a vida, tu lês livros, nunca faria sentido, eu estou apaixonada por mim, e por ti, sofro muito, e ainda estou apaixonada por ele, esse cabrão, nunca vai dar, mas sei onde isto vai dar, não é a ti, és alto, homens altos fazem-me sofrer, ah és alto pois, não me mintas, já me mentiram muito, mas olha, não sofras, o quê, estás te a cagar? Eu sabia, és um cabrão insensível com demasiada discografia dos U2.
Isto, para uma mulher, é uma análise racional.
Respect.
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