É que, de qualquer maneira, o amor nunca poderia ser algo analógico, bom, talvez na Idade Média, não sei - Digital Love ♪
Há um fenómeno recorrente que tem lugar em discotecas variadas ao longo das décadas. É o momento em que passa uma música popular e as caras das pessoas, naqueles segundos iniciais, se contorcem em olhos cerrados, dentes arreganhados, músculos flectidos e o pescoço arqueado. Talvez seja a reacção humana mais próxima do orgasmo a ser atingida sem estimulação genital. Seja o que for, é ao mesmo tempo assustador e bonito, a não ser que alguém grite "esta é linda!".
Isto para falar do Digital Love e dos Daft Punk. Reconheço aos Daft Punk o brilhantismo natural de quem se veste à esqueleto florescente e faz filmes intelectuais sobre irmãs lésbicas extra-terrestres, tendo arrastado a música electrónica para o mainstream no final dos anos 90 e início dos 00s sem grandes compromissos.
No entanto, e sem nunca ter sido grande fã, redescobri recentemente o Digital Love (da fase Discovery) neste cover pelos Alphabeat, FrankMusic & Leon Jean-Marie, pessoas que não sei com o que se parecem, de que nunca ouvi e (desconfio) nunca mais ouvirei falar, mas que ponho a tocar aí ao lado de qualquer maneira.
Os covers mais interessantes acabam por ser aqueles que nos revelam uma nova dimensão de uma canção que nos tinha passado despercebida no original. Neste caso, a letra. A versão dos Daft Punk parece ser cantada em falsete por alguém que usa uma laringe mecânica, ou por um mongolóide com uma caixa de efeitos, sendo que não se percebe nada do que se diz. Claro que vale pelo solo de guitarra, que se perdeu neste cover por algum acaso de justiça musical.
Não é que a música tenha uma grande letra, mas tem um enorme sentido. Seja no encontro que pode ser dancing right beside aquela pessoa especial, notem o right, é que é mesmo o sítio certo, ou quando passamos para o outro momento certo em que the time is right to put my arms around you, ou no desencontro destes momentos todos à medida que o Sol desponta e o sonho acaba. E, no fundo, a questão talvez seja fazer o momento acontecer, mas pode fazer-se um momento certo acontecer? Why don't you play the game?
Há ainda a parte da sublimação da importância da felicidade do grupo. São ideias simples, da alegria contagiante à libertação pela dança, mas é sempre um momento de felicidade quando um género (neste caso a música de dança) consegue explicar bem aquilo a que se propõe.
Isto para falar do Digital Love e dos Daft Punk. Reconheço aos Daft Punk o brilhantismo natural de quem se veste à esqueleto florescente e faz filmes intelectuais sobre irmãs lésbicas extra-terrestres, tendo arrastado a música electrónica para o mainstream no final dos anos 90 e início dos 00s sem grandes compromissos.
No entanto, e sem nunca ter sido grande fã, redescobri recentemente o Digital Love (da fase Discovery) neste cover pelos Alphabeat, FrankMusic & Leon Jean-Marie, pessoas que não sei com o que se parecem, de que nunca ouvi e (desconfio) nunca mais ouvirei falar, mas que ponho a tocar aí ao lado de qualquer maneira.
Os covers mais interessantes acabam por ser aqueles que nos revelam uma nova dimensão de uma canção que nos tinha passado despercebida no original. Neste caso, a letra. A versão dos Daft Punk parece ser cantada em falsete por alguém que usa uma laringe mecânica, ou por um mongolóide com uma caixa de efeitos, sendo que não se percebe nada do que se diz. Claro que vale pelo solo de guitarra, que se perdeu neste cover por algum acaso de justiça musical.
Não é que a música tenha uma grande letra, mas tem um enorme sentido. Seja no encontro que pode ser dancing right beside aquela pessoa especial, notem o right, é que é mesmo o sítio certo, ou quando passamos para o outro momento certo em que the time is right to put my arms around you, ou no desencontro destes momentos todos à medida que o Sol desponta e o sonho acaba. E, no fundo, a questão talvez seja fazer o momento acontecer, mas pode fazer-se um momento certo acontecer? Why don't you play the game?
Há ainda a parte da sublimação da importância da felicidade do grupo. São ideias simples, da alegria contagiante à libertação pela dança, mas é sempre um momento de felicidade quando um género (neste caso a música de dança) consegue explicar bem aquilo a que se propõe.
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