Claro que não. E não ficámos por ali meu amigo. Conseguir ignorar as hordas de turistas que enchem Praga não é difícil, só se pede um fraco por cidades medievais - com pretensões, justas, de modernidade - cheias de castelos, torreões, labirintos e sítios onde se matou gente do clero. Os eslavos são simpáticos, giras e com bom aspecto, mas só quando não nos querem endrominar. Nunca me esquecerei da minha toalha strawberry hotel em cor de azul, que me custou 5 euros e nem me dá a volta à cintura (claro que a cerveja checa é das melhores do mundo).
Mas "a perfídia não acaba na república checa", já rezava um velho ditado eslavo. Depois foi seguir para baixo, onde moram os magiares, raça antiga, orgulhosa, e gorda, habituada à destruição do património arquitectónico. Há quem lhe chame a Paris do Leste, embora ninguém se refira a Paris como a Budapeste do Ocidente, o que deixa o Sr. Nadygy deveras incomodado. O Sr. Nadygy é um velho, e que se foda a idade dele, não sei, e isto também não é um texto jornalístico, que muito gentilmente explicou que ninguém paga bilhetes de
tram em Budapeste. Depois disto, sem ninguém lho pedir, trauteou uma tradicional canção húngara -
Ninguém Paga Bilhetes de Tram em Budapeste - em dó menor, acompanhado nas escarretas por um velho ex-camarada de combate. Budapeste tem personalidade, grandes avenidas, dois museus do caralho, e uma noite hilariante: essencial pedir para ser revistado e observar os mais recentes movimentos de dança. E olha, o danúbio:
Acabar a falar de Vienna seria uma injustiça, porque foi a passagem foi muito fugaz. Mas tenho de fazer três apontamentos:
1 - ir lá com muito papel e com uma miúda é que deve ser. As miúdas, se preferirem, podem ir com um homem, não digo miúdo porque elas gostam deles com maturidade. Se qualquer das opções não for possível, levar o dobro do papel e arranjar lá alguém.
2 - ir ao museum quartier à noite. Esparramar-se numa instalação (ou, para os leigos, bancos coloridos), levar qualquer coisa para fumar e pedir uma cerveja num copo de meio litro.
3 - ver isto ao vivo. Um beijo vale mais do que mil palavras.