quinta-feira, julho 28, 2005

(Duas) Notas circumtemporâneas

Os gatos têm personalidade. Por que isso é algo de bom? Feministas menstruadas também tem personalidade, mas ninguém põe fotografias de feministas menstruadas em blogs. Oh, alguém pôs? Peço desculpa.

Um bebé agarra um dedo e alguém sente vontade de partilhar o milagre da vida com o todo o universo. Noutro lado do mundo Zhamin Tzuz descobre que o cosmos não é senão um círculo que colapsa sobre si mesmo em forma de labirinto. Enquanto isso a sua tia é devorada por um tigre de Bengala, como mil anos antes profetizara Ahmed, o Trícinio. Ninguém com mais de quinze anos ousaria fazer um trocadilho com bengala e tigre de Bengala, mas não esqueça que um bebé agarraria o próprio cocó, se tivesse oportunidade.


Um sistema de montagem de rodas motrizes, já que durante algum tempo este post chegou a mencionar rodas motrizes, a relação entre nerds e blogs, e a relação entre nerds, preliminares e o clitóris.

segunda-feira, julho 25, 2005

Fez nesta última sexta-feira exactamente uma semana em que acabei a noite num clube rockabilly do Soho

E, sinceramente, ainda não sei o que dizer sobre isso.



Não foi neste.




«I went to a rockabilly bar once, back in the 80's, I think. There were a lot of Billies there, but the rock was shit. Some woman swung me around the dance floor, she told me I smelled like cucumber and we kissed. It was shit.»

[Ivgeny Ivgeny, Memoirs of a Golden Abat-Jour, Paris 1999]

sexta-feira, julho 22, 2005

Sinais

«I swear, I have absolutely no idea what women are thinking. I don’t get it, okay? I admit, I’m not getting the signals. I am not getting it! Women, they’re so subtle, their little...everything they do is subtle. Men are not subtle, we are obvious. Women know what men want, men know what men want, what do we want? We want women, that’s it! It’s the only thing we know for sure, it really is. We want women. How do we get them? Oh, we don’t know about that.»


Jerry Seinfeld


«Men - and I don't mean to generalize - are crap. They're the human race's only failed gender. Who needs them? And why are they so difficult to keep hold of? Do you think they realize, that were it not for the genetic imperative to populate the earth, they wouldn't get a date? That's one hell of an inducement: no pressure, girls, but shag one of these or it's curtains for all humankind! That's harassment. But do you know what? Do you know what's even more crap than men? We are more crap than men.... These magazines! A hundred pages of "men are useless bastards," and an article about why you should wake him up with a blow job. Am I alone in spotting the inconsistency here?»

Sarah Alexander, in Coupling
«Do you feel lucky, wanker?»

quinta-feira, julho 21, 2005

Ou das fotografias do Benjamim?

Esta, ou esta... check it out - very good stuff.

Sim, sim, está tudo bem; mas e se falássemos antes do que se tem passado no Big Brother de cá?

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sexta-feira, julho 15, 2005

Olha aí o cara

Alexandre Soares Silva, -[inserir frase lambe-botas a elogiar os textos do homem, que é assim para o genial e escreve de borla na Internet]-, writes:

« (...) Grande parte dos males do mundo são causados por europeus que odeiam a Europa. E odeiam a Europa porque não merecem a Europa: se sentem desconfortáveis lá dentro como um skatista ouvindo Haydn. Desde o século XIX, ou fogem da Europa para o Taiti, Brasil e Egito, ou ficam e a destroem por dentro. Toda a União Européia é um holandês bêbado andando entre as estátuas de Florença, se sentindo meio oprimido pela beleza enquanto sonha em tomar caipirinha num bar vagabundo de Copacabana. (...)» (post completo)

I beg to differ.

Os europeus não odeiam a Europa, aliás, europeu que é europeu odeia é os Estados Unidos, e para se odiar os EUA tem de se amar a Europa (não resta nenhum outro continente para o europeu amar: África, calor demais; Ásia, asiática demais; Oceânia, distante demais; América do Sul, farofa demais).

Viver com uma gordinha nativa e tornar-se alcoólico, é a única maneira que o europeu encontra para se adaptar a climas e terras estranhas (o que para o europeu é qualquer sítio que não seja Europa, exceptuando a Sicília).

Os europeus amam a Europa, o problema é que o amor, às vezes, pode ser meio vesgo.
Brigitte Bardot, metáfora para a Europa
À esquerda, a imagem da Europa a que alguns europeus gostam de dar beijinhos. À direita, a Europa... er... you get the point.

Ah... mas e esta Europa?

quinta-feira, julho 14, 2005

E não fazes nenhuma referência à família?

Tirando casos excepcionais e superficiais, não se mistura família e blog. Afinal, há coisas sagradas.

Il Tondo Doni, Michelangelo Buonarroti

O post justifica o fim

Este post é só para tirar a banda desenhada da Cidade de Deus, que me demorou horas a fazer e a que ninguém achou piada, ali da parte de baixo do blog.

Se calhar devia pôr mais uns destes, para também saltarem para fora as auto-psicanálises sobre os acontecimentos recentes em Londres; mas é tarde e tenho de trabalhar.

Além disso acho que tenho abusado do ponto e vírgula, enfim, uma boa noite a todos.

PS. Reafirmo, no entanto, a minha profunda desconfiança em relação a mensagens enviadas por pessoas em tronco nu, através da Internet.


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terça-feira, julho 12, 2005

There's magic in the night

«As the radio plays
Roy Orbison singing for the lonely
Hey that's me and I want you only
Don't turn me home again
I just can't face myself alone again
Don't run back inside
darling you know just what I'm here for
So you're scared and you're thinking
That maybe we ain't that young anymore
Show a little faith, there's magic in the night»
[Bruce Springsteen, Thunder Road]

Antes que alguém instale por aí um divã, ou assim...

Um dos grandes clássicos da soul music contemporânea:
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Tonight is right for love, you know I
Wanna touch you where the lights don't go
Tonight is right for love - with Meredith Baxter-Birney

Expressing love so sweet,
I'll keep you burning like a dog in heat
Tonight is right for love - with Meredith Baxter-Birney

We had a love that was so magical
With Meredith Baxter-Birney burning, burning in my soul
I'm not talking about Meredith Baxter-Birney today, no
I'm talking about Meredith Baxter-Birney that was on Family Ties two years ago

Tonight is right for love
The rain is fallen and Jay Leno is on
Let's turn down the lights, turn up the volume
And go crazy
I'll touch your body and soul
And change the channels with remote control
'Cause tonight is right for love with Meredith Baxter-Birney

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Cobardias

Há algo de incomodativo nas expressões «terroristas cobardes», ou na «cobardia do atentados», que desde o 11 de Setembro aparecem em qualquer crónica ou texto sobre terrorismo. Sim, neste blog também, algures aí para baixo.

Entre uma Jihad terrorista e as guerras modernas, com os seus bombardeamentos playstation (que não poucas vezes falham os «complexos industriais»), a carapuça da cobardia, hoje em dia, pode bem servir a todos.

Uma guerra, mesmo que seja por uma causa nobre, não deixa de ser sempre uma merda de uma guerra onde, infelizmente, inocentes acabam por morrer; mas rebentar uma bomba exclusivamente para matar civis não é cobardia - é filha da putice.

Medo

Medo. O medo, esse sim, é normal. Esse combate-se, vence-se, conquista-se. Com o dia-a-dia, com a própria normalidade. Há quem prefira usar a anormalidade. Pôr os muçulmanos todos na fronteira e dizer-lhes «saiam». Desculpa? Perdoa-se-lhe o exagero ou, possivelmente, o cruel eufemismo (não esquecer que a maioria das fronteira britânicas sáo marítimas). Deixei passar, isso passa - espero.

E culpar a Guerra no Iraque, é patético? Sim, tão patético como dizer que o Iraque foi invadido para combater o terrorismo. Poderiamos também voltar à conversa do Bid Laden Made in CIA. Agora? A estratégia do Ocidente para o Médio Oriente, despida dos interesse económicos (sim, vamos ser simplistas e ingénuos) pode ser que seja mesmo a da implantação da democracia. A tal teoria do dominó. O começo não é auspicioso: bombardear, invadir, e ocupar um país para lhe implementar uma democracia (ao contrário de restaurar) é um acto: a) corajoso, b) condenado ao fracasso, c) que mascara outro tipo de interesses.

Por mais análises que se façam, ou que se tentem interpretar os ziguezagues dos resultados até agora (retirada da Síria do Líbano vs. presidente convervador no Irão), a decisão já foi tomada (por indíviduos legitimados em democracia, e que responderão perante os seus povos e a História). Assim, sair do Iraque agora parece-me tão absurdo como a ideia da invasão há dois anos atrás; e se os financiamentos da al-Qaeda estão tão intimamente ligados a certos estados árabes, como somos levados a crer, a resolução do problema pode passar mesmo pela tal "democratização" do Médio Oriente.

Por outro lado, por vezes parece tão simples a reivindicação dos terroristas: saiam do Islão. Era só os lacaios das corporações sedentas de petróleo quererem e devolvia-se o Islão aos seus fiéis. Mas é díficil esquecer que esta gente sonha com um Islão em que as mulheres são reduzidas a uma quase não-existência, onde o próprio individuo se desvanece numa desvirtuação e corrupção da própria inspiração religiosa. São regimes com provas de brutalidade e aberração dadas, no Afeganistão talibã, há uns anos, mesmo que o Ocidente nunca se pareceu preocupar muito. É impossível fechar os olhos outra vez. E talvez seja um pouco mais possível acreditar que se pode fazer alguma coisa a esse respeito, por ora acho que ainda me consigo agarrar a essa pequenina probabilidade. Se não o fizer resta a aceitação que para além das hipocrisias do mundo e da confusão que vai neste post, estamos todos condenados: ao trauma, ao medo, ao terror.

Trauma

Trauma. O trauma não é normal. O trauma deriva de uma situação de anormalidade, como esta que se vive agora em Londres; o trauma não se apaga com palavras fanfarronas, ou com pints consecutivas de cerveja e sexo causal (no entanto deve tentar-se, obviamente).

O trauma interioriza-se, dialoga-se, cicatriza-se. O tamanho da marca, a profundidade, depende desse processo, e, talvez, da qualidade do sexo. Alguém na quinta-feira me perguntava se achava que ia precisar de ajuda profissional. Ri-me no momento, a pessoa voltou a perguntar, a justificar a pergunta, e quando desliguei o telefone achei que se procurasse ajuda profissional seria inteiramente por causa do que ouvi naquela chamada.

Mas acho que cada um fará a terapia que achar mais necessária, mesmo que seja a de não pensar sobre o assunto. A música, os livros, o inesgotável passado, presente e futuro da Britcom, o Curb Your Enthusiasm, as Friday Nights, as Saturday Nights, amigos, estar em Londres, escrever na merda do blogue. Har Mar Superstar. Terapias não faltam.

Em tronco nu

Tem-se falado muito em trauma. Em medo. Em cobardia. Os terroristas são cobardes, as pessoas não devem ter medo, o trauma é normal. O trauma é normal - tenho a certeza que li isto em algum lado.

Há um site qualquer na Internet – bem intencionado, mas meio pateta – com pessoas numa praia, em tronco nu, que sorriem para a câmara e dizem que não têm medo. Medo de quê? Do peixe-aranha? De qualquer maneira, nunca se deve confiar em ninguém que nos quer enviar uma mensagem em tronco nu pela Internet.

segunda-feira, julho 11, 2005

And now for something completely normal

(a walk in) Regent's Park 10/07/2005


«Even the prospect of early annihilation should not keep us from making the most of our days on this unhappy planet. In the best of times, our days are numbered, anyway. And it would be a crime against Nature for any generation to take the world crisis so solemnly that it put off enjoying those things for which we were presumably designed in the first place, and which the gravest statesmen and the hoarsest politicians hope to make available to all men in the end: I mean the opportunity to do good work, to fall in love, to enjoy friends, to sit under trees, to read, to hit a ball and bounce the baby.»
[Alistair Cooke, Letters From America (Introduction), 1951]










Edgware Road







sexta-feira, julho 08, 2005

'Obladi Oblada'

Tonight, drinks in Hoxton Square - everyone's invited.

We Shall Overcome



Na altura das explosões estava a dormir em casa. Por causa do turno que começa às três da tarde não estive no metro de manhã, como é costume. A estação de Edgware Road é a 7 minutos a pé de minha casa. A estação de Liverpool Street era a 7 minutos de autocarro da minha antiga casa.

Fui a pé para o trabalho. Edgware Road, virar em Marble Arch, percorrer Oxford Street até metade. Depois descer Regent Street, passar em Picadilly, Leicester Square, Convent Garden, até à Strand.

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Tentei não pensar nas recomendações que diziam às pessoas para ficar em casa. Ou para não saírem dos locais onde se encontrassem. Tentei não pensar nas pessoas que ainda estavam no metro. Impossível. Impossível ligar o mp3 player e ouvir música, impossível não olhar para os olhos das pessoas, não ouvir as sirenes das ambulâncias, da polícia. Impossível não reparar nas ruas, não-desertas, mas sem transportes públicos, sem as multidões habituais.

A primeira coisa que fiz quando saí de casa foi ir carregar ao telemóvel. Na loja de conveniência perto de casa as pessoas que iam entrando cumprimentavam-me, cumprimentavam-se; trocavam-se olhares de reconhecimento, ninguém falava do que se tinha passado – não era preciso.

Fez-me impressão o ar deserto da normalmente insuportável Leicester Square, senti a falta dos homens cartazes e dos anúncios aos bares ridículos, dos turistas sentados nos péssimos e caros cafés, da vagabundagem dandy que se instala no jardim durante a semana. Em Convent Garden procurei em vão pelos turistas americanos obesos e pelos grupos de estudantes de liceu que gastam dinheiro no mercado mais overrated de Londres e vibram com o enfadonho slapstick dos palhaços de rua.

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A cada mensagem recebida, a cada telefonema que passava pelas redes saturadas dos telefones, sentia descargas de adrenalina semelhantes àquelas que se sentem quando se acaba um exame, uma apresentação, um desafio de qualquer género. Ao longo de todo o dia tentei não pensar bem no que tinha acontecido, tentei pensar bem demais no que aconteceu, no que não muda, no que muda; tudo, nada. Trabalhei até tarde, até mais tarde do que devia: não que o trabalho fosse exactamente uma distracção, mas talvez porque fosse um indício de alguma normalidade, ou até de um qualquer significado, num dia marcado por uma carnificina. Passavam alguns minutos da uma da manhã, pensei em apanhar um autocarro, pensei em fazer o caminho todo a pé, estava cansado e quase sem reparar levantei o braço e parei um black cab.

É mesmo verdade que as cidades têm uma orgânica, um feeling, uma vida. Acho que é nestes momentos que isto se torna mais evidente. Desde o primeiro momento que se percebeu que Londres reagiu da melhor maneira aos atentados: a cidade orgulhosa, solidária, elevou-se à grandeza da sua história, das gentes que a habitam. Do lado Este ao lado Oeste fomos todos atingidos, fomos todos alvos. Talvez não tinha sido tão espectacular, ou massivo, como foi o 11 de Setembro; talvez não tenha tido o efeito de surpresa e choque que teve o 11 de Março; mas o facto de estar cá, o facto de terem sido quatro explosões espalhadas pela cidade - em transportes tão comuns e inevitáveis como o metro e o autocarro, numa cidade que há alguma segurança, - é assustador.

Londres é uma capital imperial, uma cidade que já viu mais e pior do que estes atentados cobardes. Dessa força retiramos também a nossa própria força. Nós que somos londrinos, por nascimento, por adopção, por prazo ou apenas coração; que amanhã vamos sair de casa para trabalhar, para estudar, ou, simplesmente, passear; mesmo que não seja fácil entrar naquele metro, descer os 73 degraus de escadas, entrar no autocarro e, de repente, conter a vontade normal de subir para o piso de cima.

Espero que os responsáveis sejam levados à justiça; que os líderes do G8 sejam mais do que as caricaturas fáceis de políticos medíocres, entre a megalomania e a corrupção; que se possa marcar um novo começo para África, (muito ao lado da questão do perdão total da dívida ou o dobrar da ajuda). E que as pessoas percebam que mais importante do que ir “fazer a vida normal”, que normalmente significa ir para a rua gastar dinheiro, é mostrarmos uns aos outros que habitam nesta grande cidade – pretos, brancos, muçulmanos, pakistani, bengali, etc – que estamos todos juntos; que temos a História do nosso lado e, queremos acreditar, os ideais. Ontem fomos todos vítimas e hoje podemos acordar com medo, não devemos nem podemos ignorar isso, mas temos de o conquistar e vamos fazê-lo, vamos perseverar.

Nas palavras do mayor londrino, “Red” Ken Livingston: Nothing you do, however many of us you kill will stop that life. Where freedom is strong and people can live in harmony, whatever you do, however many you kill, you will fail.

P.S. - A todos aqueles que se preocuparam e enviaram (ou tentaram) mensagens por telefone, sms, e-mail, orações, ou até via blog, deixo os meus mais sinceros agradecimentos, foi importante ultrapassar o dia convosco ao meu lado. Cheers.

quinta-feira, julho 07, 2005

I'm ok?

Mais do que sermos todos londrinos, hoje somos todos alvos.

Vim a pé para o trabalho. Não havia autocarros nas ruas de Londres. "I'm ok" era a palavra que se ouvia mais, quando os telemóveis funcionavam. Pessoas a andar por todo o lado, sacos do Selfridges, life goes on? Algumas das zonas mais emblemáticas do centro vazias, Leicester Square, Convent Garden, chovia a potes, lojas fechadas. Olhares de reconforto, de medo, simpatia, sorrisos. A cidade não perde o orgulho, há quem fale do Blitz, de Churchill, há quem diga que o pior ainda está para saber. Edgware Road, Liverpool Street, estações muito familiares. Podia estar lá, podia ainda estar preso no metro, como centenas ainda estão a esta hora.

Tomorrow is another day. We will endure. Later.

segunda-feira, julho 04, 2005

Any Given Saturday Redux (versão aumentada mas não revista)


Os felizes vencedores do sorteio de bilhetes para o Live 8 (ahah, sim, sorteio...) decidiram demonstar a sua felicidade agrupando-se em largos magotes de gente que se dirigiam constantemente para as portas erradas (havia golden tickets, screen tickets, special tickets, liberal guilt tickets, let's get stoned tickets, I want to see mariah carey's ass up close tickets).

Para o tipo rancoroso que não ganhou nada no sorteio (eh... pois, o sorteio) e que vive a dois minutos do Hyde Park (30 segundos de cavalo) o ponto alto da manhã foi ver miúdas neo-hippies a satisfazeram necessidades fisiológicas entre marcos do correio e arbustos.


As forças de segurança e da organização não se mostraram particularmente sensibilizadas para com a argumentação débil do tipo rancoroso, e a pequena vitória de ter conseguido passar pelo primeiro posto de controlo foi logo esmagada (como Roddick foi no Domingo, sem complacências) por duas senhoras com cara de poucos amigos e peritas na eficaz arte de ser rude sem contacto visual.

Entre a possibilidade de passar uma tarde na cozinha de casa a ver um concerto na televisão que era audível através das janelas do flat, e ir dar uma volta até ao centro da cidade onde decorria a manifestação do Gaí Práide, o tipo rancoroso tomou a decisão mais óbvia: ir para Trafalgar Square com o pretexto de tirar fotografias com a máquina nova ao pessoal do arco-íris; mas sendo o verdadeiro objectivo conhecer completamente ao acaso uma modelo sul-africana terribly gorgeous, ser atingido na manga do casaco por dejectos columbinos, ter usado com sucesso a piada do Ricky Gervais sobre a Nelson's Column, e outros pormenores interessantes demais para serem descritos num blog.

Em relação ao Pride em si, podia entrar naquela onda do "não percebo estas merdas, eu não ando aí a dizer que tenho orgulho em ser heterosexual", mas não vou, não vou, às tantas até acho que percebi o point de se fazerem manifestações daquele género, mas não tenho tempo nem disponibilidade mental (a combinação cimeira G8 e qualidade da imprensa britânica é terrível) para explicar isso aqui. O que importa é qu Trafalgar Square até estava com boa onda, e pareceu correr tudo bem -- de acordo com o mínimo que o meu interesse permitiu apurar, já que ao terceiro discurso de "help! help I'm being oppressed!" e depois do segundo vídeo de música da Madonna a passar nos ecrãs gigantes, tornou-se evidente que naquela tarde era mais importante estar atento a outros assuntos.

The Gaydiator?

O Gay Leão? (er... sorry).

Quem disse que Londres é uma cidade cinzenta?

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Algo destoava no meio de tanto orgulho garrido - thank god... cheers for diversity!

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É muito jogo

sexta-feira, julho 01, 2005

E só para o Gay Pride é que não é preciso bilhete...

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