sábado, agosto 28, 2004

E eu que não gostava dela


- This is it, Joel. It's going to be gone soon.
- I know.
- What do we do?
- Enjoy it.
(Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)

Até o Titanic se perdoa...

One

Mesmo depois de ouvir infindáveis versões ao vivo, com as devidas variações, acrescentos, improvisos, medleys, a versão, a melhor versão, é mesmo a de estúdio. Volta-se sempre ao mesmo, mas os significados são sempre diferentes. A bateria entra a marcar o compasso e aparece Berlim, o conturbado início dos anos 90, o desnorte, a raiva, a desagregação e a solidão dentro da aldeia global. Tem discussões, hats vs. heads, amores desavindos, SIDA, pais autoritários, filhos abandonados, sexo oral, e a voz do Bono, já a abraçar a decadência, mas cheia do espírito dos U2: o soul, a vontade de criar uma ligação forte entre a música e aqueles que a ouvem. É mesmo, passe o cliché, A canção dos anos 90.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Eu vim

Eu vim da
Bahia cantar
Eu vim da Bahia contar
Tanta coisa bonita que tem
Na Bahia, que é meu lugar
Tem meu chão, tem meu céu, tem meu mar
Bahia que vive pra dizer
Como é que se faz pra viver
Onde a gente não tem pra comer
Mas de fome não morre
Porque na Bahia tem mãe Iemanjá
De outro lado o Senhor do Bonfim
Que ajuda o baiano a viver
Pra cantar, pra sambar pra valer
Pra morrer de alegria
Na festa de rua, no samba de roda
Na noite de lua, no canto do mar
Eu vim da Bahia
Mas eu volto pra lá
Eu vim da
Bahia
Mas algum dia eu volto pra lá

(Gilberto Gil)

E o Santana Lopes é mesmo primeiro-ministro.




Arrepender?

Claro que não. E não ficámos por ali meu amigo. Conseguir ignorar as hordas de turistas que enchem Praga não é difícil, só se pede um fraco por cidades medievais - com pretensões, justas, de modernidade - cheias de castelos, torreões, labirintos e sítios onde se matou gente do clero. Os eslavos são simpáticos, giras e com bom aspecto, mas só quando não nos querem endrominar. Nunca me esquecerei da minha toalha strawberry hotel em cor de azul, que me custou 5 euros e nem me dá a volta à cintura (claro que a cerveja checa é das melhores do mundo).

Mas "a perfídia não acaba na república checa", já rezava um velho ditado eslavo. Depois foi seguir para baixo, onde moram os magiares, raça antiga, orgulhosa, e gorda, habituada à destruição do património arquitectónico. Há quem lhe chame a Paris do Leste, embora ninguém se refira a Paris como a Budapeste do Ocidente, o que deixa o Sr. Nadygy deveras incomodado. O Sr. Nadygy é um velho, e que se foda a idade dele, não sei, e isto também não é um texto jornalístico, que muito gentilmente explicou que ninguém paga bilhetes de tram em Budapeste. Depois disto, sem ninguém lho pedir, trauteou uma tradicional canção húngara - Ninguém Paga Bilhetes de Tram em Budapeste - em dó menor, acompanhado nas escarretas por um velho ex-camarada de combate. Budapeste tem personalidade, grandes avenidas, dois museus do caralho, e uma noite hilariante: essencial pedir para ser revistado e observar os mais recentes movimentos de dança. E olha, o danúbio:

Acabar a falar de Vienna seria uma injustiça, porque foi a passagem foi muito fugaz. Mas tenho de fazer três apontamentos:
1 - ir lá com muito papel e com uma miúda é que deve ser. As miúdas, se preferirem, podem ir com um homem, não digo miúdo porque elas gostam deles com maturidade. Se qualquer das opções não for possível, levar o dobro do papel e arranjar lá alguém.
2 - ir ao museum quartier à noite. Esparramar-se numa instalação (ou, para os leigos, bancos coloridos), levar qualquer coisa para fumar e pedir uma cerveja num copo de meio litro.
3 - ver isto ao vivo. Um beijo vale mais do que mil palavras.

E depois do curso (e do estágio)

«Vê lá se não te arrependes para o resto da tua vida.» Pois pois. Mas vê lá se não deu para ir beber umas destas

àquela cidade altamente poluicionada (sim sim, isto não existe) onde ainda azamboado por prateleiras infindáveis de dvds cds lps eps osts etcts - um corredor inteiro dedicado a comedy, parece engraçado mas o eléctron não tem sentido de humor - todo um movimento automobilístico conspira para me apanhar num momento de distracção e fundir-me com o alcatrão da estrada. E bares... trendy, elegantes, com grandes copos de vidro grosso e grandes grossas de pestanas vidráceas que os servem, mas que fecham às onze horas da noite. Gajos tímidos que precisam de tempo para inventar frases cretinas para meter conversa não têm qualquer hipótese. A boa notícia é que as inglesas já não andam de fato de treino preto adidas.
E depois ainda tantas coisas tantas coisas. Como isto

(carregar na imagem para ver num tamanho decente)
ou isto

quinta-feira, agosto 26, 2004

I'm ready


Ready for what's next. Ready to duck, ready to dive. Ready to say I'm glad to be alive.
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