Post sobre a revista Audácia em que acabo com qualquer esperança e vontade de que alguém continue a ler este blogue
Quando tinha 10 anos achava que era a única pessoa no mundo que lia a Audácia - a revista dos Missionários Combonianos. A assinatura da Audácia tinha sido presente de uma tia afastada, que só via no Natal e que era conhecida por dar presentes reciclados a toda a família. Uma vez deu uma caixa de chocolates à minha avó, onde faltavam três chocolates (em dezasseis). As pessoas que tinham sorte recebiam colecções de música clássica do Ediclube, onde se tudo corresse bem faltava só um Brahms ou assim.
Eu recebi uma assinatura anual da revista Audácia, que ainda renovei por um ano. A revista Audácia, e uma professora de Religião e Moral que me quis baptizar sem sucesso e que as pessoas diziam que usava peruca, fazem parte dos momentos em que cheguei mais próximo da religião. Os outros momentos envolvem nudez e sentimentos de culpa, felizmente de outras pessoas.
Por estranho que me possa parecer, nunca vi qualquer potencial humorístico na revista Audácia. Gostava da revista Audácia. Gostava de receber a revista Audácia pelo correio, ler as bandas desenhadas, fazer os passatempos e passar à frente dos textos e das fotografias a preto e branco que retratavam o trabalho dos Missionários Combonianos. Acho que só me explicaram o que era um missionário passados 14 meses de ler a revista Audácia. E é verdade que estranhava nunca ver referências a comboios na revista Audácia.
Esta foi uma piada fácil. Mas verdadeira.
Penso que uma das razões para me terem explicado o que eram os Missionários Combonianos foi o facto de ter ido ter com o meu pai e pedir-lhe para comprar umas rifas que tinham chegado com a revista. O meu pai chegou a enviar um cheque de quinhentos escudos para os Missionários Combonianos.
Ainda estou para determinar a importância da revista Audácia na formação do que é hoje a minha pessoa e propensão ociosa. Sei que não era a única pessoa no mundo a ler a revista Audácia e aceito-o, mas custa-me escrever frases só com uma vírgula da mesma forma que me apoquenta ter de ir conferir aos blogues maus que costumo ler para ver se estou a escrever tão mal como os autores dos mesmos.
Irrita-me dormir frequentemente menos de seis horas por noite. E, sobretudo, indigna-me não ter tempo para reflectir se me indignam mais pessoas que gostam de dizer banalidades sobre lugares comuns ou pessoas que gostam de ouvir banalidades sobre lugares comuns. É que os lugares comuns são das coisas mais importantes que temos nesta vida. Assim como o meu pai, que deu 500 escudos aos Missionários Combonianos, é uma das melhores pessoas que conheço.
Eu, ainda tenho muito que fazer.
O fim.
Eu recebi uma assinatura anual da revista Audácia, que ainda renovei por um ano. A revista Audácia, e uma professora de Religião e Moral que me quis baptizar sem sucesso e que as pessoas diziam que usava peruca, fazem parte dos momentos em que cheguei mais próximo da religião. Os outros momentos envolvem nudez e sentimentos de culpa, felizmente de outras pessoas.
Por estranho que me possa parecer, nunca vi qualquer potencial humorístico na revista Audácia. Gostava da revista Audácia. Gostava de receber a revista Audácia pelo correio, ler as bandas desenhadas, fazer os passatempos e passar à frente dos textos e das fotografias a preto e branco que retratavam o trabalho dos Missionários Combonianos. Acho que só me explicaram o que era um missionário passados 14 meses de ler a revista Audácia. E é verdade que estranhava nunca ver referências a comboios na revista Audácia.
Esta foi uma piada fácil. Mas verdadeira.
Penso que uma das razões para me terem explicado o que eram os Missionários Combonianos foi o facto de ter ido ter com o meu pai e pedir-lhe para comprar umas rifas que tinham chegado com a revista. O meu pai chegou a enviar um cheque de quinhentos escudos para os Missionários Combonianos.
Ainda estou para determinar a importância da revista Audácia na formação do que é hoje a minha pessoa e propensão ociosa. Sei que não era a única pessoa no mundo a ler a revista Audácia e aceito-o, mas custa-me escrever frases só com uma vírgula da mesma forma que me apoquenta ter de ir conferir aos blogues maus que costumo ler para ver se estou a escrever tão mal como os autores dos mesmos.
Irrita-me dormir frequentemente menos de seis horas por noite. E, sobretudo, indigna-me não ter tempo para reflectir se me indignam mais pessoas que gostam de dizer banalidades sobre lugares comuns ou pessoas que gostam de ouvir banalidades sobre lugares comuns. É que os lugares comuns são das coisas mais importantes que temos nesta vida. Assim como o meu pai, que deu 500 escudos aos Missionários Combonianos, é uma das melhores pessoas que conheço.
Eu, ainda tenho muito que fazer.
O fim.