terça-feira, março 29, 2005

Deus não joga aos dados mas tem sentido de humor

sábado, março 26, 2005

Vamos viver a vida

Quando as coisas do coração não conseguem compreender
E a mente não faz questão e nem tem forças pra obedecer

Quantos sonhos ja destruí e deixei escapar das mãos
Se o futuro assim permitir não pretendo viver em vão
Meu amor não estamos sós tem o mundo a esperar por nós
No infinito do ceu azul pode ter vida em Marte
Então vem ca' me da a sua língua
Entao vem eu quero abraçar voce
Seu poder vem do Sol minha medida

Então vem vamos viver a vida
Entao vem senão eu vou perder quem sou
Vou querer me mudar para uma Life On Mars

Quando as coisas o coração não consegue compreender
O que a mente não faz questão nem tem forças pra obedecer
Quantos sonhos ja destruí e deixei escapar das mãos
Se o futuro assim permitir não pretendo viver em vão

Meu amor não estamos sós tem o mundo a esperar por nós
No infinito do ceu azul pode ter vida em Marte
Então vem ca' me da' a sua língua
Entao vem senão não vou querer quem sou
Seu poder vem do Sol minha medida
Então vem vamos viver a vida

Meu bem senão eu vou perder quem sou
Vou querer me mudar para uma Life On Mars

(Life on Mars? de David Bowie, nas palavras e violão de Seu Jorge, na banda sonora do Life Aquatic. Povo irritante esse, que faz coisas que mais ninguém consegue com um guitarra ou uma bola de futebol.)

quarta-feira, março 23, 2005

O Homem do Tajiquistão

Em qualquer sítio habituamo-nos a ver pessoas cansadas, com pouca paciência, tristes, desgostosas, irritadas. Mas há qualquer coisa num olhar que carrega aquela tristeza da saudade. A saudade que não pertence a nenhum povo, a nenhuma canção, a nenhuma cultura. A saudade que sentem aqueles que começam vidas novas em terras estranhas. Que deixam famílias, amigos, filhos para trás. Para quem a expatriação não é um desafio, é uma necessidade.

Como o homem do Tajiquistão. O homem do Tajiquistão não fala inglês. «I speak very good not english», disse o homem do Tajiquistão no primeiro dia, e depois pouco falou.

O homem do Tajiquistão veste sempre calças pretas, os mesmos mocassins gastos, e alterna entre dois blasers de flanela, que combina com três camisolas de malha diferentes. Uma cicatriz desce do nariz até ao lábio, interrompendo o caminho daqueles bigodes que só se deixam usar por chefes de família. O homem do Tajiquistão deixou a mulher e os filhos para trás, porque teve de o fazer, porque para que a família tenha o seu lugar no mundo foi preciso vir enfrentar um novo mundo.

Depois de uma vida dedicada a superar obstáculos que qualquer pessoa que está a ler este blog (e a escrever) só consegue imaginar como um qualquer filme parolo com imagem rasca, o homem do Tajiquistão tem de arrastar-se a sobreviver numa cidade que lhe pode oferecer tudo o que ele nunca teve; mas das Tates aos Concert Halls, de Portobello a Spitalfields, do National Film Theatre aos French Wine Bars, imagino que não haja nada que consiga apagar aquela tristeza dos olhos do homem do Tajiquistão.

terça-feira, março 22, 2005

Here comes the sun

Para ser sincero já desapareceu outra vez; mas um único sábado, com um Regent's Park cheio de casais irritantes, velhadas irritantes, putos irritantes, frisbee-hippies irritantes, e outras coisas não menos irritantes (como maníacos de sunga ainda em Inverno oficial), conseguiu fazer esquecer algumas noites em que o frio quase me levava a entrar numa espiral de angústia depressiva, que teria de descarregar em transeuntes de barbas mal aparadas e pessoas agressivas nos transportes públicos. Pessoas que se tornam agressivas nos transportes públicos deveriam ser forçadas a espreitar para fora das janelas de emergência, num elegante movimento de acção física que obrigasse a sua cabeça a atravessar o vidro quebradiço. Assim salvaguardar-se-ia a harmonia tão necessária nas referidas viagens. Oh, divago. Oh, tenho de voltar para o training. Oh, ele disse "training".

Pensamento Bill Hicks do Dia - Publicidade e Marketing

(retirado e ligeiramente editado das rotinas de stand-up do falecido Bill Hicks, que podem ser encontradas no estimulante e recomendado - "Love All the People: Letters, Lyrics, Routines, Bill Hicks")

"By the way if anyone here is in advertising or marketing... kill yourself. No, no, no it's just a little thought. I'm just trying to plant seeds. Maybe one day, they'll take root - I don't know. You try, you do what you can. Kill yourself. Seriously though, if you are, do. Aaah, no really, there's no rationalisation for what you do and you are Satan's little helpers, Okay - kill yourself - seriously. You are the ruiner of all things good, seriously. No this is not a joke, you're going, "there's going to be a joke coming," there's no fucking joke coming. You are Satan's spawn filling the world with bile and garbage. You are fucked and you are fucking us. Kill yourself. It's the only way to save your fucking soul, kill yourself. Planting seeds. I know all the marketing people are going, "he's doing a joke... there's no joke here whatsoever.

Rid the world of your evil fucking machinations. I know what all the marketing people are thinking right now too, "Oh, you know what Bill's doing, he's going for that anti-marketing dollar. That's a good market, he's very smart." Oh man, I am not doing that. You fucking evil scumbags! "Ooh, you know what Bill's doing now, he's going for the righteous indignation dollar. That's a big dollar. A lot of people are feeling that indignation. We've done research - huge market. He's doing a good thing." Godammit, I'm not doing that, you scum-bags!
Quit putting a godamm dollar sign on every fucking thing on this planet!

"Ooh, the anger dollar. Huge. Huge in times of recession. Giant market, Bill's very bright to do that." God, I'm just caught in a fucking web! "Ooh the trapped dollar, big dollar, huge dollar. Good market - look at our research. We see that many people feel trapped. If we play to that and then separate them into the trapped dollar..." How do you live like that? And I bet you sleep like fucking babies at night, don't you?"


Ou, se preferirem, leiam um ponto de vista ligeiramente diferente, de Ken Auletta no The New Yorker (via Aldaily, claro).

terça-feira, março 15, 2005

quick stop notes

* Rushmore, The Royal Tenenbaums, The Life Aquatic; a filmografia de Wes Anderson (sem contar com Bottle Rocket, que nao conheco) e' um daqueles bonitos percursos que nos fazem acreditar na nova geracao dos realizadores americanos. Estetica impecavel, personagens 'fora' mas com que chegam ca' dentro, exploracao confiante dos proprios auto-limites da narrativa e do estilo. Ele vai acabar por nao acertar, eventualmente, mas ca' estaremos para futuras recriminacoes.

* Lembro-me perfeitamente da primeira vez que ouvi falar de Jaco Pastorius. Jaco Pastorius e' um daqueles nomes que enche a boca ate' do apreciador de jazz mais cinico. Nao ha coisas menores de Pastorius, ou pelo menos ninguem fala delas. Jaco e' das poucas divindades musicais dignas do cliche'. Ao contrario de muitos sacanas so' agora e' que tive a infelicidade de ser atropelado por 'Jaco Pastorius' de Jaco Pastorius, o primeiro trabalho a solo de Jaco Pastorius. Na terra ficaram uns concertos, umas coisas dos Weather Report, e some of the late stuff. Mas com 'Jaco Pastorius' de Jaco Pastorius nao e' preciso mais. Talvez um anti-depressivo.

* E por falar em anti-depressivo, Confederacy of Dunces e' dos livros mais hilariantemente depressivos que tenho lido. Acho que ja' ha' uma traducao portuguesa, o que tambem e' depressivo. E nao e' depressivo porque o autor, atraves do humor, nos tenta fazer ver o ridiculo da vida, o caricacturizacao de todos os estereotipos que achamos que contestam, alinham, ou equilibram a nossa sociedade. Nao, nada dessas merdas. E' hilariantemente depressivo porque: 1 - e' hilariante, bem escrito, a momentos brilhante; e porque 2 - o autor, ainda antes do mundo perceber se ele era um genio ou nao, decidiu enfiar um tubo de escape pela boca (ou qualquer coisa do genero) e morrer de indigestao de monoxido de carbono. Se tivessemos tido John Kennedy O'Toole por mais tempo, ate' Joseph Heller teria provavelmente escrito um Closing Time mais entusiasmante.

* Bagel? Beiguel? Parece-me pao. Beiguel com salmao? Parece-me estupido.

* As pessoas que se indignam com os Oscares sao estranhas e sofrem de disfuncoes sexuais.

* As pessoas que se indignam com a fast food cheiram estranho e sao presa facil de pessoas sexualmente disfuncionais.

* Qualquer pessoa que se indigne, que reclame o direito a' indignacao, que reclame o direito a uma morte digna, ou que apele a' dignidade, deve ser evitada a qualquer custo. Em casos mais extremos esbofeteada por uma economista mongol bipolar, especialista em tentar sabotar ambientes sociais e rasgar ementas de restaurantes.

* E por falar em economistas, fiquei feliz por saber que finalmente surgiu alguem como o Ricardo Araujo Pereira para abordar um dos mais interessantes estudos de caso da nossa sociedade: Joao Cesar das Neves. Confesso que as capacidades afrodisiacas do eminente professor me tinham passado relativamente despercebidas, mas alguem que dedica uma manual de economia a Nossa Senhora Imaculada Rainha de Portugal ha' 300 anos, esta' mesmo a pedi-las.

*Acentos e links ficam para amanha.

Cool - 2005

Cool - 1995

sexta-feira, março 11, 2005

A internet a espacos - III

Eventualmente comeca-se a saber bem demais o que se passa aos trinta e cinco minutos e uma hora no Mulholland Drive.

Descarregar o material? That's just wrong man, that's just wrong...

quinta-feira, março 10, 2005

A internet a espacos - II

Nao se pode contar sempre com acentos.

Aprender grego classico no liceu? "Para compreendermos a civilizacao e' preciso sabermos como comecou a civilizacao?". Pior do que aprender latim, e ainda por cima com acentos. Mas o alfabeto e' engracado, e um sucesso em festas (de gente imbecil)*.

*nao esquecer que sucessos em festas so junto de gente imbecil, e que provavelmente nao sabe usar acentos. Pior do que gente imbecil so' gente imbecil armada com factos e estatisticas.

A internet a espacos - I

Quando se abre a caixa de e-mail aumenta a probabilidade de receber mensagens que nao sejam de pessoas que nos queiram vender diplomas, providenciar um penis magnifico incapaz de atravessar portas, ou trocar uma irma que sofra de raquitismo por uma caixa de bananas nigerianas.

segunda-feira, março 07, 2005

Há beijos que ninguém pode apagar


Il Nuovo Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore, 1988)

E há Pat Metheny a tocar o Love Theme do filme (do Morricone, who else?) nessa outra grande carta de amor que é o Beyond the Missouri Sky.

Concerteza que fico chateado, pá

Por que é que ninguém me mostrou isto:
http://83.240.139.20/psdleg/galeria/video.asp?c=59437&s=12394&gen=video&im=1787 ?

'Guerreiro menino'?

Ainda é mais engraçado do que ouvir alguém na Fnac perguntar por "aquele CD do Pavarotti para ajudar as crianças guerreiras da Jugoslávia".

Guerreiro menino?
o guerreiro menino antes da marcha pela vitória final

Atenção, atenção...

...que isto tudo que se anda a passar no Líbano pode ser muito sírio.

sexta-feira, março 04, 2005

Friday I'm In Love

I don't care if monday's blue
tuesday's grey and wednesday too
thursday I don't care about you
it's friday I'm in love

monday you can fall apart
tuesday wednesday break my heart
thursday doesn't even start
it's friday I'm in love

saturday wait
and sunday always comes too late
but friday never hesitate...

I don't care if monday's black
tuesday wednesday heart attack
thursday never looking back
it's friday I'm in love

monday you can hold your head
tuesday wednesday stay in bed
or thursday watch the walls instead
it's friday I'm in love

saturday wait
and sunday always comes too late
but friday never hesitate...

dressed up to the eyes
it's a wonderful surprise
to see your shoes and your spirits rise
throwing out your frown
and just smiling at the sound
and as sleek as a shriek
spinning round and round
always take a big bite
it's such a gorgeous sight
to see you in the middle of the night
you can never get enough
enough of this stuff
it's friday
I'm in love

(The Cure)
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