sábado, outubro 29, 2005

E agora com música (mas só ouve quem quer)

Começamos pelos novos meninos bonitos do rock britânico, consta que alguns foram à faculdade e tudo. O álbum de estreia, Silent Alarm, tem momentos muito fortes, e outros menos óptimos, mas promete. Bloc Party tem aquela coisa que irrita os puristas do obscurantismo alternativo, que é o sentido da melodia e a aversão à complicação (embora o trabalho de guitarra seja mais interessante do que parece à primeira audição, se fosse crítico musical acho que escreveria qualquer coisa relacionada com «camadas»). E são bons ao vivo.

Este é o novo single, já mais esgalhado para as airwaves, mas ainda assim a valer a pena.

Enjoy (é ali ao lado, isso).

Two More Years

In two more years, my sweetheart, we will see another view
such longing for the past for such completion
What was once golden has now turned a shade of grey
I've become crueler in your presence

They say: 'be brave, there's a right way and a wrong way'
This pain won't last for ever, this pain won't last for ever

Two more years, there's only two more years
Two more years, there's only two more years
Two more years so hold on

You've cried enough this lifetime, my beloved polar bear
Tears to fill a sea to drown a beacon
To start anew all over, remove those scars from your arms
To start anew all over more enlightened

I know, my love, this is not the only story you can tell
This pain won't last for ever, this pain won't last for ever

Two more years...

You don't need to find answers for questions never asked of you
You don't need to find answers

dead weights and balloons
drag me to you
dead weights and balloons
to sleep in your arms
i've become crueler since i met you
ive become rougher, this world is killing me

we cover our lies with handshakes and smiles
we try to remember our alibis
we tell lies to our parents he hide in their rooms
we bury our secrets in the garden
of course we could never make this love last
i said of course we could never make this love last
the only love we know is love for ourselves
we bury our secrets in the garden.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Agora, uma boa razão para ficar aborrecido é:

O facto da Katie Melua ter andado a enfiar unos cuantos piquetitos no Just Like Heaven dos The Cure. Não é que uma versão feminino-acústica não pudesse ter resultado, mas não se pode tirar a tensão alegre/deprimida/bad hair day made in Robert Smith de uma canção dos Cure, e esperar conseguir-se alguma coisa de jeito.

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«Robert Smithhhhhhhhh, Robert Smithhhhhhhhhhh»

Os rumores sobre o meu acabamento têm sido largamente exagerados

Através das correntes atlânticas chega um e-mail amigo de um futuro «ex-expatriado», preocupado com estas conversas de acabamentos, acabadores e acabados. Agradeço as palavras de apoio, mas relembro que por vezes há que considerar a esquizofrenia analépsica (ou prolépsica) do blog, a aleatoriedade e multiplicação subjectiva, a dissociação temporal, e outras tangas do género. Ou então não.

Enfim, ficamos sempre na mesma.

quarta-feira, outubro 26, 2005

As relações não se acabam, mas as pessoas sim

Por isso é que é sempre importante saber quem foi o acabador e o acabado. Na violência da expressão revela-se a relevância social de toda a questão do acabar com alguém; já que não é A que acaba uma relação com X, mas sim A que acaba com X. No entanto, o acabador sucessivo e o constante acabado vivem sempre atormentados pelo mesmo medo: acabar sozinhos.

Neura do ex-expatriado - V

Há pouca tensão sexual no metro de Lisboa.

Neura do ex-expatriado - IV

That's it.

Vou dormir.

Neura do ex-expatriado - III

Millenium!

Neura do ex-expatriado - II

Ter Internet em casa, postar serialmente no blog, tentar lembrar-me do nome do clube burlesco no Soho.

E isto são pessoas que vão voltar para Portugal com uma licenciatura de uma universidade de Londres - II

Alguém de nacionalidade portuguesa (ADNP) pretende perguntar a alguém de nacionalidade americana (ADNA) os procedimentos necessários para instalar um serviço de internet em casa:

ADNP - How does the internet work?
ADNA - I'm sorry?
ADNP - How does the internet work?
ADNA - Uh... It's magic!

E isto são pessoas que vão voltar para Portugal com uma licenciatura de uma universidade de Londres

"Sorry I took your milke.
I will by you some."

(bilhete encontrado em cima da mesa da cozinha do flat às 10 horas e 23 minutos do dia 14 de Outubro)

E já que não tenho paciência para actualizar a lista de links

Estou em falta com a mary e o muito interessante:

MyLifeWithMe, or Mary'sLifeWithHerself, or HerlifewithMary, or HerLifeWithHerself, or even Mary'sLifeWithMary.

E, já agora, assinalar que o António Maria deu sinais de vida.

E, já agora ainda, dizer que o "You're Beautiful" do James Blunt não é falsamente romântico. É mesmo patético. Yeah, she caught my eye / As we walked on by / She could see from my face that I was / Fucking high ? O gajo canta bem o refrão, no entanto.

Neura do ex-expatriado

Voltar para casa e sentir-se em casa.

'Estás com óptima cara!'

Mesmo depois de um fim-de-semana de jantares de despedida, duas horas de sono, empacotar sessenta quilos de malas, carregar sessenta quilos de malas, despachar sessenta quilos de malas, um vôo atrasado, desempacotar sessenta quilos de malas e, pelo caminho, abortar* uma relação.

Devo ter trazido o espírito londrino da resistência ao Blitz (cinco quilos).

*(ao contrário do que diz a sabedoria popular; além de iniciadas, terminadas, acabadas, ou reatadas, as relações também podem ser abortadas, v. Bell, Thomas - Adfectio Principia)

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quinta-feira, outubro 20, 2005

Simon 'Funkin' Pegg

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«Shaun: [to a girl in the garden] Excuse me?
[no response]
Shaun: Excuse me?
[no response]
Shaun: Helloooo...?
[no response]
Ed: [picks up a pebble and throws it off her back] Oi!
[girl turns round, a zombie]
Shaun: Oh, my God! She's so drunk!»

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segunda-feira, outubro 17, 2005

Dos perigos e armadilhas dos clubes de leitura*

*Eu perguntei-lhe «mas que chatice, não achas que já era tempo de criares um blog teu?», mas ela voltou a insistir que há que fazer alguma coisa para «salvar o teu da miséria umbiguista que por lá vai», e eis que, mais uma vez, este blog é anfitrião - orgulhoso - de um texto da Catarina. Desta vez fala-se de clubes de leitura, para os quais (por razões óbvias) nunca fui convidado.


No ano passado decidi fundar um grupo de leitura feminino, um encontro mensal rotativo para falar de um livro.

A razão principal era pura e simplesmente criar uma plataforma para impingir e debater os livros que me interessam, devo confessar, mas também ser obrigada a ler as sugestões de outras pessoas, ou seja expandir os meus horizontes literários e ao mesmo tempo encontrar um terreno comum. (O meu sonho continua a ser encontrar a minha alma gémea bibliófila).

Os meus motivos não eram totalmente inocentes e irrepreensíveis porque também queria conhecer melhor algumas das minhas amigas, vê-las num contexto diferente, testar teorias secretas sobre as suas personalidades... um make or break em alguns casos.

Era Outono e preparei o terreno cuidadosamente, não descurando nenhum pormenor, já que tinha que desafiar o tempo frio e chuvoso. Primeiro escolhi um livro muito curto (para não assustar a caça...não podia começar pela "Guerra e Paz") que tinha sido recentemente adaptado ao cinema, numa produção espampanante com a Nicole Kidman.
Tratava-se de Stepford Wives de Ira Levin, publicado em 1972.

É um livro de ficção científica ou mesmo de terror (Ira Levin escreveu também Rosemary´s baby) aberto a inúmeras interpretações, completamente "datado", fruto da sua época e perfeito para debater a emancipação das mulheres e o feminismo.

Fiz uma enorme panela de soupa de cenoura com coentros, pizzas caseiras e bolinhos e comprei vinho tinto, de modo a transmitir a mensagem de que o clube de leitura podia ser divertido e ao mesmo tempo reconfortante.

No entanto a noite não correu como eu tinha previsto. Ironicamente, os membros do recém fundado (e logo defunto) clube de livros estavam mais preocupadas em pensar e falar nos maridos e namorados do que participar na discussão do romance sobre a mesa, ou seja elas eram as "Stepford wives"! «Mas não acham que é boa ideia fazermos programas sem homens?», perguntava eu iludida que tinha, de facto, ocorrido uma emanicipação feminina.

Os homens do grupo entretanto tinham-se juntado na casa de um deles a comer, beber e provavelmente a fumar substâncias ilegais, talvez a debater jogos de computador.
O nosso grupo passou então a falar do que liam os homens. «Esqueçam os homens», implorei eu, que tentava conduzir a conversa para os livros. Compreedi que elas me olhavam como se fosse louca.

O próprio tema redundante dos clubes de leitura era polémico «não tenho paciência para clubes de leitura, já fui expulsa de dois...», confessou uma das minhas amigas...Mas porquê?, perguntámos em uníssono...
«Bem, achavam que eu bebia demasiado nos encontros e não levava os livros a sério». A frase foi rematada com uma risada ébria, que de imediato me deu uma enorme vontade de a pôr a andar do clube de leitura. Outra pessoa contou que a mãe frequentava um grupo de leitura há 30 anos, mas que nunca bebiam álcool. «Nem no Natal, imaginem, que chatice! Senti-te tentada a impôr a lei seca no MEU grupo.»

Só que o clube de leitura não voltou a reunir-se e desintegrou-se no inverno londrino. Alguém sugeriu uma biografia enfadonha (que só eu acabei por ler) para a próxima sessão. Mas o resto do grupo não tinha paciência para ler um livro por mês, deslocar-se de transportes públicos em longas distâncias para passar umas horas num ambiente apenas feminino a falar de livros. E depois sentiram-se intimidadas pela minha excitação com o clube de leitura e será que a minha sopa era intragável?

Além de mim, acho que quem chorou mais lágrimas pela curta vida do clube de leitura foram os homens que queriam rédea solta para o igualamente breve "clube da carne".

Num artigo recente no "Guardian" a romancista Rachel Cusk conta que decidiu aderir a um clube de leitura por ter mudado para uma cidade onde não conhecia quase ninguém: "O meu interesse em livros era talvez demasiado fanático para ser limitado pelo decoro dos encontros mensais, mas o que eu estava à procura era de desenvolver cumplicidades". Cusk tinha à sua escolha dois possíveis grupos que lhe foram recomendados por uma amiga, um sério e um frívolo.

Dada a sua intenção de fazer amizades baseadas num amor mûtuo de romances a autora decidiu participar no grupo sério. Este era composto apenas de mulheres de classe média e meia idade que se reuniam nas casas umas das outras uma vez por mês para discutir literatura contemporânea. «Pela primeira vez confirmei que a leitura é uma actividade privada», que na maioria das vezes a imaginação dos livros caía no saco rôto da estrutura organizada e ambivalente do grupo. Cusk, cedo se tornou "persona non grata" pela ânsia de falar de livros considerados "pesados" ou demasiado realistas.

Na verdade, parecia haver um fosso enorme entre Rachel Cusk e as outras mulheres do grupo. "Elas liam como se ler fosse um mistério que esperavam um dia desvendar" foi a frase que descreve a sensação de incompreensão e distanciamento com que algumas pessoas temem a leitura.

Eu cresci literalmente no meio de livros, a nossa casa estava atravancada de livros, novos, velhos, bandas desenhadas, romances, clássicos, livros até ao tecto, encostados às paredes, por todo o lado. Mas descobri que enquanto em portugal determinadas pessoas fingem ler, em Inglaterra fingem NÃO LER (apesar de lerem muito mais do que os portugueses) talvez o fruto do legado empiricista, prático e anti-intelectual dos anglo-saxónicos.

Por isso ainda não desisti de encontrar um clube de leitura que seja indicado para a minha obssessão particular. Existem 50 mil na Grã-Bretanha. Em termos de tipificação social há grupos de mulheres, de homens, de afro-caribenhos, de reclusos. Normalmente os membros do "clube de livros" debatem obras de ficção, mas há grupos dedicados aos policiais, às biografias, à história, à ficção científica e imagino a outras opções menos convencionais.
Os clubes de livros são tão populares que despoletaram um género literário, que são os livros sobre...os clubes de livros. Um dos exemplos mais bem conseguidos é um bestseller nos Estados Unidos: The "Jane Austen book club" de Karen Joy Fowler, sobre um grupo de aficionados da escritora inglesa do século XIX. Cada capítulo é narrado por um membro diferente sob o título de uma obra de Jane Austen.

Desde o sucesso do clube de livros de Oprah Winfrey, fundado em 1996, as editoras passaram a ver o potencial destes grupos de leitura como indicadores dos gostos e do possível sucesso das vendas.

O clube da Oprah é virtual, funcionando na internet e tem quase meio milhão de membros. A mim bastavam-me cinco pessoas talvez reais, vinho à descrição e petiscos, prometo não impingir o James Joyce!

Lista de livros típicos de Clubes de Livros (GL):

* Livros que ganharam o Nobel da literatura ou prémios literários como o Booker ou o Pulitzer (para dar ao GL uma sensação de que é verdadeiramente intelectual)
Ex: Cem anos de Solidão, Gabriel Garcia Marquez;
The God of Small Things, Arundhati Roy

* "Bestsellers" e fenómenos de vendas inesperados (que o GL adora secretamente, mas finge deasprovar):
Ex: The Da Vinci Code, Dan Brown, The Curious Incident of the Dog in the Night, Mark Haddon

* Obras polémicas, eróticas ou violentas (para chocar e desafiar preconceitos classe média dos GL)
Ex: Vernon God Little, DBC Pierre (Peter Warren Finlay); The line of beauty, Alan Hollinghurst

Catarina F.

Is that any way to say hello?

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But how many times can I talk this way and wish 'if only'
(Cut Here - The Cure)

quinta-feira, outubro 13, 2005

Actos

Harold Pinter ganhou o Nobel da Literatura. Vi Birthday Party, aqui há uns meses, num teatro aqui na Strand. Não fiquei terrivelmente impressionado. Os actores eram óptimos, a encenação eficaz, o texto também me pareceu bom. Mas não gostei do Terceiro Acto. Fiquei com a sensação de que faltava alguma coisa. Não peço sentido ao absurdo, mas não gosto do absurdo do vazio.

Tive uma sensação parecida nas últimas peças que vi: A Life in the Theatre do David Mamet, e Hedda Gabler, do Ibsen, sentado atrás de um poste no Almeida Theatre (não confundir com o Teatro de Almada).

Acho que tenho um problema com os terceiros actos.

quinta-feira, outubro 06, 2005

A boa notícia é que Portugal vai ser poupado e, quem sabe, poderá ser o ponto de partida de uma nova Cruzada

quarta-feira, outubro 05, 2005

O liberalismo e a meia roxa de cabelo verde

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Vários tipos de liberalismo em exposição na Grande Convenção Liberal de Cinfães.

Até há alguns meses nunca tinha ouvido falar de Hayeck, se me perguntassem sobre Oakenshott diria que gosto dos remixes, mas não ligo muito a DJs; e ao sermão “Kant é um dos principais responsáveis pela liberdade que tens hoje”, pergunto: e para isso é preciso escrever daquela maneira?

No entanto, confesso, aprecio bastante este furor liberal, neo-liberal, conservador-liberal, uber liberal, liberal de inspiração cristã, liberal de inspiração suburbana, liberal de inspiração molar, e todos os outros que grassam e dinamizam a blogosfera portuguesa. “The liberal way of life” é agora a melhor coisa que podia acontecer à Humanidade, apregoado por gente que confessa odiar utopias, mas quase que fala do liberalismo como uma.

Mas causa-me uma certe espécie este desprezo contra tudo o que tenha a palavra Estado, que joga com um pessimismo antropológico de matiz bananarama ou lá o que lhe quiserem chamar. No meio disto elogiam-se grandes figuras como Rupert Murdoch. E escrevem-se textos do género “eu sou conservador mas sou muito fixe”, ou “eu sou de direita mas acredito na existência do orgasmo feminino”.

De facto, é das minhas dinâmicas preferidas nos blogues: a necessidade de doutrinar os outros lado a lado com a auto-justificação.

Mas há coisas que não percebo bem. (Oh, o choque – uma admissão de ignorância num blog.) Como o liberalismo de origem conservadora, ou conservadorismo progressista, ou o puro conservadorismo, acho. Ser conservador é querer conservar exactamente o quê? A família como unidade nacional e o Atlântico como força congregadora das peregrinações a locais de culto religoso-comercial, como Fátima ou o Colombo? As instituições perenes da nação, menos o clientelismo, o Estado Providência, a Constituição desactualizada, a representatividade eleitoral e circular e o semi-presidencialismo de tipo tartaruga nas Seychelles? Se eu for conservador, de direita, e católico-fatimista, tenho de achar que a política externa norte-americana não é fruto de congeminações de políticos que usam a capa de neo-realismos, realpolitiks, e conceitos académicos martelados para justificar a evidência da sua mediocridade política, estadista e, em certos casos, até humana? E depois há os neo-cons, ou como dizia um amigo meu, um jovem suburbano, os neo-conas.

E, já agora, porque é que a alternativa ao Estado que temos hoje, que é claramente um modelo em falhança, tem de ser a progressiva obliteração deste? O problema com os mercados selvagens, é que os mercados não são realmente selvagens. Não vejo um caminho equilibrista, mas antes um minimalista, em que um punhado de grupos, corporações, homens, o que quiserem, podem controlarem áreas vitais da sociedade. Estou a tentar arduamente não utilizar a expressão “as corporações maléficas que querem dominar o mundo”, a sério que estou.

E depois não é a livre circulação de capitais, mercadorias, serviços, pessoas, sexo – o que quiserem --, que me causa particular impressão, acho isso tudo muito bonito. Oportunidades iguais para todos. Mas a questão da circulação da informação é algo que incomoda. Por exemplo, num cenário de uma total privatização de serviços de saúde, quem é que me vai garantir que qualquer tipo que tenha um Dr. antes do nome, não me vai dizer que eu preciso de uma operação indispensável para redireccionar o meu arteróido ramificante em três centímetros, e cobrar-me qualquer coisa como dez mil euros? Existem provas que milhares de pessoas por ano são submetidas a cirurgias completamente inúteis, e não sou eu ou lunáticos michael-mooreanos que inventam factos destes. E também há as questões ambientais, extremamente importantes, e que vão bem para lá dos histéricos que gritam pelo protocolo de Quioto ou contra o fumo das chaminés da co-incineração.

Desconfie-se da natureza humana, desconfie-se de idealistas e utopias, e até de pessoas que fazem doutrina política por pontos; mas o que é que fica? O mercado? O mercado que sobe, está em alta, acorda bem disposto mas soçobra quando um qualquer fundo de risco se lembra de emigrar?

Haveria, é certo, questões mais pertinentes para levantar, e argumentos mais capazes para construir, mas são seis e meia da manhã e na televisão está uma miúda de oito anos a falar com algo que parece uma meia roxa de cabelo verde. Felizmente o turno das madrugadas já acabou.

terça-feira, outubro 04, 2005

Se ele disesse que tinha saudades de uma sociedade mais cosmopolita, da HMV, ou de mulheres assanhadas às 8 da noite, até se percebia...

«I missed the UK weather, I missed the food». (Michael Owen)

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