Qué pasará con los corazones quebrados? ♪

Jesus-Ernesto Marquez e Andres Lapas formaram em tempos uma das mais importantes duplas de bus mariachi do México e da América Latina. A sua pungente e intensa interpretação do clássico de Jimmy Ruffin, What Becomes of the Broken Hearted, nunca sairá da memória colectiva de toda uma carreira nocturna e assegura-lhes para sempre um lugar na história da música de covers das faixas bus.

Uma canção sobre a comunhão solitária dos corações partidos. Uma canção sobre um homem que no ocaso do desgosto encontra a esperança para prosseguir na busca daquilo que dá significado à vida. A história de alguém que no fundo não deixa de acreditar, sabendo que o desencontro apenas aumenta a possibilidade do encontro. E mesmo que a gravação de Marquez e Lapas esteja para sempre perdida, a voz de Jimmy Ruffin não está. A tocar aí ao lado.

Posicionamento

Há mulheres que acham que sou muito 'alternativo' (seja lá o que isso for) e outras que me consideram um 'betinho' (provavelmente por saber comer à mesa). Um ex-caso diz-me que sou muito sensível, uma ex-namorada acusa-me de ser extremamente racional. C. nota que eu exijo demasiado das relações, F. caracteriza-me como 'volátil'. Uma amiga aconselhou-me um dia a ser menos 'atado', outra descreveu-me ontem como um "consumidor compulsivo de mulheres" (talvez tenha usado a palavra 'gajas', se isso for importante).

Em tempos achei que uma imagem ambígua podia ser um factor de diferenciação positiva, hoje em dia parece-me que não passa de uma péssima estratégia de posicionamento no mercado.

Obrigado, Netcabo

Por nos quereres convencer que vais salvar o ambiente ao permitir-nos substituir as facturas em papel pelas electrónicas, invocando uma falácia dos tempos modernos que poupa dinheiro à empresa a troco da lavagem das consciências dos otários e nenhum outro benefício monetário.

E agradeço também que o referido pedido não tenha chegado por e-mail ou tenha sido afixado na homepage da própria Netcabo, mas sim ter aparecido intrusivamente no browser, com tamanha consciência e persistência ambiental que não fecha mesmo quando carregamos repetidamente no botão que diz - surpreendentemente - "Fechar".

Eu quando compro um carro também não me importo que ponham autocolantes publicitários a meio do pára-brisas, ou se comprar uma aparelhagem imagino que seja mais do que normal que de vez em quanto interrompam as músicas para anunciar que o fabricante apoia o fabrico de pisa-papéis em canhâmo.

Para mim é com factura em papel, se faz favor.

E assim acabam-se umas férias com quatro dias em Londres e uma dose maciça de tempo cinzento para restaurar a fé na Humanidade*

*Sem Gilbert & George, muito obrigado.

Já que tenho idade para admitir que já devia ter juízo, também tenho idade para admitir que Arcade Fire não é nada de especial e que gosto de Ska ♪

Portanto, a minha primeira medida ainda em férias mas já na ressaca pós-Spring Break '07 What Happens in Cancun Stays In Cancun (but might get blogged) será substitutir a música que ficou a tocar. Agora, aí ao lado, Reel Big Fish com o Ask dos Smiths. Gostava ainda que soubessem que estou com um jet lag de seis horas e hoje reparei que anda por aí alguma revolta bloguística - antevejo uma noite díficil.



Os simpáticos nativos de Cancun num momento de confraternização amena

Férias ♪

Sim, vou de férias, porque mereço, é verdade, mas vocês também merecem que fique a tocar este No Cars Go dos Arcade Fire que, é verdade, parece não dizer muito, mas às vezes um hey! é mais que suficiente. Fiquem bem, hey!

And just because ♪

Continua a ser uma grande música, mesmo depois dos Fun Lovin' Criminals fazerem esta razoável versão lounge de hotel (dá vontade de beber whisky, o que é bom, suponho).

I'm Not In Love, a tocar aí ao lado.

É verdade, é enorme

Mas desiludirmo-nos com as pequenas mentiras dos outros é mais fácil que enfrentar as nossas grandes verdades.

House Rules

Parafraseando alguém muito sábio: 'quase me vieram as lágrimas aos olhos'

Uauauá*, Margarida Rebelo Pinto tem um blog:

«O homem moderno europeu bem pode dizer adeus ao mito dos feios, maus, peludos e a cheirar a cavalo que durante infindáveis séculos reinou; as mulheres agora gostam dos homens bonitos, tranquilos e a cheirar a cremes, bons perfumes e champôs de cabeleireiro e de preferência, com poucos pêlos.

E enganem-se aqueles que pensam que tais referências sugerem indícios ou resquícios de um comportamento gay. Basta pôr os olhos no David Beckham para perceber o que quero dizer. Parece que o futebolista em questão usa todos os dias um par de shorts por estrear que depois deita fora. Deve considerar que há roupa que nem vale a pena lavar, o que me faz pensar que se alguém tiver acesso ao seu caixote do lixo, pode iniciar com o espólio uma autêntica indústria de venda de shorts a fãs.»

David Beckam, tendo o hábito de usar sempre roupa interior nova, faz Margarida Rebelo Pinto pensar no acesso ao caixote de lixo do "futebolista em questão" e na possível fortuna que poderia ser feita a partir de um espólio de cuecas sujas. É por isto que Margarida Rebelo Pinto é uma escritora de sucesso, e eu não.

Margarida Rebelo Pinto vê na relação de Beckham com a roupa interior uma oportunidade de negócio, eu vejo um sinal de perturbação mental.

E não me parece que David Beckham seja o melhor exemplo de homem não-gay para apresentar a agitados homens hirsutos que não usem champôs de cabeleireiro e não cheirem a cremes.

*'Uauauá' foi a única palavra suficientemente boa que encontrei para expressar o que significou para mim o momento da descoberta do blog de Margarida Rebelo Pinto, onde Michelet, o 'bem-bom', John dos Passos, a Mitologia, Thomas Moore, a genética, o conceito de * * * Teasing (que não sei o que possa ser) e o uso da palavra 'jolas', servem como pretexto para ir dando valiosos e originais conselhos às mulheres e homens de Portugal.

'Looking for a sound that's going to drown out the world'*

E para o Ricardo, et pour cause, e porque este ano já foi há 10 anos.



*Mofo, Pop.

Hmmmm?

O que não aconteceu, obviamente, no último post, onde, de forma brilhante, usei uma imagem para representar as palavras em questão. Ah!

Hmmmm

Basta

Por mais simpático que seja observar uma crescente estatística de visitantes, torna-se insuportável a ideia de grande parte das pessoas vir atrás de uma imagem de Alexandre Frota a baloiçar pelado numa corda, que ilustra um post cuja única piada é usar a expressão "fetichista de Celourico de Basto".

Se, por um lado, não se facilitam os comentários pelo horror à ideia de qualquer idiota (e há tantos, por Júpiter) poder escrevinhar num espaço que considero meu (mas na verdade é do Google), por outro lado, a ideia de uma enchente de depravados em busca de imagens de Alexandre Frota a escrutinar o Achtung, é deveras nauseante. Como tal grito «basta!». (Não grito alto, não sendo homem dado a berraria, é apenas um grito para dentro, mas daqueles plenos de dignidade e indignação).

Para melhor

Duas mulheres escolhem caminhos opostos. Fazem - a escolha - de modo diferente, em direcções diversas. A mensagem que enviam é a mesma: «mudei, estou melhor». Neste caso o melhor implica o pior do destinatário, não uma da outra, porque não se conhecem. Para o destinatário esta coincidência revelaria uma importante ambiguidade sobre si, isto é, se não lhe fosse indiferente.

Multi-culturalismo

Algumas culturas acreditam que pôr uma fotografia no blogue é igual a perder um pouco da alma. Algumas culturas são estúpidas.

Happy B-day, lil' ♪i♪ter

Dia 1 de Março oferece uma excelente razão para recordar Pete Yorn, esse indie igual a tantos outros, mas responsável por Music For The Morning After, um álbum que só podia ser bom por ter saído na altura certa para sair. O que, por sua vez, oferece outra excelente razão para recordar Roma, essa cidade ímpar, para onde levei Music For The Morning After e de onde trouxe um ano de vida. Roma, essa cidade ímpar, onde numa semana um irmão e uma irmã afastados pela primeira vez percebem que o outro é a combinação perfeita de duas das coisas mais bonitas da vida: a família e os melhores amigos. Life on a Chain de Pete Yorn fará sempre parte dessa semana, o ponto obrigatório de começo das mornings after, geralmente acompanhado por doses industriais de água e duas fatias da pizza a taglio de Franz, um homem cuja grandeza física só era equiparada pela sua simpatia.

A tocar aí ao lado, para a Ana, parabéns!