Enquanto não chega nada de novo dos Bloc Party ou dos Editors ou até, por que não, dos We Are Scientists e dos Arcade Fire; sem falar do Jens Lekman e do desgosto da saber que os U2 vão lançar um Be$t Of, sai o segundo álbum dos The Killers - Sam's Town. Achava que os The Killers eram britânicos, esta semana descobri que eram americanos que soam como britânicos, o que não traz nada de mal ao mundo da música.
Sobre o novo álbum, que me custou 15€ na Virgin das Grans Boulevards, tenho alguma dificuldade em formar uma opinião. O álbum continua a soar aos mesmos Killers, mas as influências estão menos diluidas, aparecem empacotadas em fragmentos de riffs e
codas que parecem saídos directamente das pautas dos artistas (britânicos) que influenciam estes rapazes (americanos). De qualquer maneira, não achei que isto me incomodasse, porque hoje em dia há coisas que me incomodam bastante, e não iria deixar que esta fosse uma delas.
Sam's Town não é melhor nem pior que o antecessor Hot Fuss e, embora não encontre nada à altura do electrizante Mr. Brightside ou do irritante Somebody Told Me, é um disco que se ouve bem de uma assentada (sem necessidade premente de saltar faixas).
Dito isto também é verdade que tive alguma dificuldade em escolher uma música para pôr aqui a tocar. Pensei no Exitlude, a faixa final de «cair o pano»:
We hope you've enjoyed your stay / Outside the sun is shining / seems like heaven ain't far away / It's good to have you with us / even if it's just for the day; mas o fim (fraquinho) não condiz com o bom arranque da música. Outra opção seria a primeira canção, a que dá o nome ao disco: Sam's Town. Como canção de «I'm gonna make it out there» não é má, mas não chega aos calcanhares de nada que o Bruce Springsteen já tenha escrito, nem mesmo com o verso
Now, 'why do you waste my time?' / Is the answer to the question on your mind. E também gosto do coro.
No meio de outros temas similarmente e simultaneamente entusiasmantes e aborrecidos, mas francamente consistentes em termos de qualidade, optei por este
For Reasons Unknown. 'Straight in your face dance rock', malhas de guitarra em linha recta, voz e letra a acompanham o ritmo como deve ser. Não está nada mal para rapazes (americanos) influenciados por artistas (britânicos).
I pack my case. I check my face. I look a little bit older. I look a little bit colder. With one deep breath, and one big step, I move a little bit closer. I move a little bit closer.
For reasons unknown.
I caught my stride. I flew and flied. I know if destiny’s kind, I’ve got the rest on my mind. But my heart, it don’t beat, it don’t beat the way it used to. And my eyes, they don’t see you no more. And my lips, they don’t kiss, they don’t kiss the way they used to, and my eyes don’t recognize you no more.
For reasons unknown, for reasons unknown.