quarta-feira, janeiro 31, 2007

Epitáfio para um Blogger Desconhecido


Bloguista medíocre, bom na cama.

terça-feira, janeiro 23, 2007

ACHTUNG BABY presents: Rubens Comics!

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A ideia nunca foi fazer um blogue sobre música, mas*

“As the world is ending, I’m always glad to be entertained for a few moments. The best way to do that is with music."

Kurt Vonnegut


*Embora o sapo.pt ache que este é um «Blog que fala um pouco de tudo, mas principalmente de música, com humor e linguagem forte e sem complexos.» Sem complexos? Nem imaginam eles.

domingo, janeiro 21, 2007

Oração para um fim de semana

Tonight make me unstoppable
And I will charm, I will slice
I will dazzle them with my wit
Tonight make me unstoppable
And I will charm, I will slice
I will dazzle, I will outshine all

Standing on the packed dance floor
Our bodies thrown in time
Silent on the weekdays
Tonight I claim what's mine

O que poderia ser mais frívolo (ou até blasfemo) do que uma oração para sair à noite? Não perceber que os Bloc Party estão mais sólidos, talvez mais densos e possivelmente menos inspirados, mas que ainda conseguem chegar ao refrão e mostrar quem manda.

E quem manda é quem sabe que é tudo uma questão de ritmo; quando agarrar, quando largar, quando puxar e quando soltar. Dar a impressão que se está por todo o lado quando na verdade se está a
concentrar naquilo que realmente importa - que é o que faz as pessoas moverem-se. Ou, qualquer coisa como: what makes people tick; expressão para a qual não encontro melhor tradução que 'mover' ou 'vibrar'. Noutro dia ficaria incomodado com isto, mas hoje não.

Silent on the weekdays, dizem eles; alive on the weekend, digo eu. Play it, baby, it's on.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Houve um tempo

Em que abríamos as pistas de dança. Em que havia bandas e não projectos musicais. Em que o amor não tinha agenda.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Coños e Abortos

Sim e sim. Dose dupla de no-nonsense.

'MOMENTO NO TENGO EL COÑO PA RUIDOS' no Rititi:

«Estou tão farta do tema do aborto, das merdinhas hipócritas dos lambe-fetos, da puta da altivez destas gajas que sacam os filhos deficientes em caminhadas pela vida para mostrar às cabras hereges quão gratificante é ser mãe, do eu nunca o faria berrado por pitinhas de treze anos com os olhos regados em sangue à porta da catequese, de que umas barbies recauchutadas armadas em católicazecas da paróquia de Santa Isabel que já nem sem lembram como é que é se fazem filhos me chamem descompensada, assassina, papa-fraldas, bruxa e comunista só porque não tenho medo nem vergonha de dizer sim (...)» post completo


e o (já) clássico 'every sperm is sacred ou os vários lados do poliedro aborto' no Triciclo Feliz:

«(...) os porta-vozes dos estereótipos são abortos - aqui, encontramos os defensores da despenalização, que se acham porta-voz de todos os guetos sociais, indo buscar todos os estereótipos femininos, e que supostamente conhecem de ginjeira: as mulheres violadas pelos maridos, as toxicodependentes, passando pelas matriarcas de famintas famílias numerosas, e caricaturizam os anti-despenalização como sendo todos uns ricaços hipócritas, uns bem-nascidos, onde invariavelmente, as mulheres têm madeixas loiras, tratam os filhos por você, e são incapazes de encarar a maternidade sem o recurso a baby-sitters para as ocasiões em que ou têm de ir pôr botox nos vincos ou desfazer-se dos inconvenientes abdominais a badajoz.(...)» post completo

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Precisamos de falar

Who's Gonna Ride Your Wild Horses é das melhores canções alguma vez escritas sobre corações ciganos. É a quinta música de Achtung Baby, o conhecido álbum dos U2 que aparece uns lugares abaixo do conhecido blogue ACHTUNG BABY se procurarmos por "achtung baby" no google.pt.

Em termos conceptuais existem várias leituras para o álbum. A minha preferida é a do hedonista que vai pela noite em busca da amante (e de qualquer coisa mais) e sai de casa em Zoo Station,


Ready for the deal / Ready to let go of the steering wheel
I'm ready /Ready for the crush (She's just down the line)
Zoo Station (Got to make it on time) / Zoo Station (She's just down the line)


explica o desejo em Even Better Than The Real Thing,

You're honey child to a swarm of bees
Gonna blow right through you like a breeze
Give me one last dance
We'll slide down the surface of things


angustia-se no One,

Did I disappoint you?
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
And you want me to go without


admite a traição em Until the End of the World,

Waves of regret and waves of joy / I reached out for the one I tried to destroy
You, you said you'd wait / Until the end of the world


sente o ciúme da perda em Who's Gonna Ride Your Wild Horses,

You're an accident / Waiting to happen
You're a piece of glass / Left there on the beach
Well you tell me things / I know you're not supposed to
Then you leave me / Just out of reach

Who's gonna ride your wild horses?


a inevitabilidade do fim em So Cruel;

You don't know if it's fear or desire / Danger the drug that takes you higher
Head in heaven / fingers in the mire


o cinismo desesperado em The Fly,

It's no secret that a conscience can sometimes be a pest
It's no secret ambition bites the nails of success
Every artist is a cannibal, every poet is a thief
All kill their inspiration and sing about their grief


a intoxicação em Mysterious Ways,

One day you will look back / And you'll see
Where you were held /How? By this love
While you could stand there / You could move on this moment
Follow this feeling


o caminho, penoso e cambaleante, do regresso a casa em Tryin to Throw Your Arms Around the World,

Six o'clock in the morning / You're the last to hear the warning
You've been tryin' to throw your arms around the world
You've been falling off the sidewalk / Your lips move but you can't talk
Tryin' to throw your arms around the world
Gonna run to you, run to you, run to you
Be still
Gonna run to you, run to you, run to you / Woman I will


a súplica apaixonada, já em casa, de Ultra Violet (Light My Way),

Oh sugar, don't you cry / Oh child, wipe the tears from your eyes
You know I need you to be strong / And the day is as dark as the night is long
Feel like trash, you make me feel clean / I'm in the black, can't see or be seen


o confronto com os demónios em Acrobat,

And you can swallow / Or you can spit
You can throw it up / Or choke on it
And you can dream / So dream out loud
You know that your time is coming 'round
So don't let the bastards grind you down


e a redenção em Love is Blindness.

Love is blindness / I don't want to see
Won't you wrap the night / Around me?
Oh my love... Blindness.


É mais ou menos isto. Também pode ser que Who's Gonna Ride Your Wild Horses seja uma canção que verse sobre temática equina, e que o subtexto do Achtung Baby (o disco) se limite às referências que faz ao sexo oral, mas não me parece.

No decorrer deste fim-de-semana, em que entre várias coisas aconteceu falar inglês, fui deslincado

Mas tentarei lidar com isso usando toda a minha maturidade.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

I have to laugh like hell

Num dos livros de Kurt Vonnegut, Hocus Pocus se não estou enganado, o narrador relembra, por vezes, um soldado com quem tinha combatido na guerra. Este personagem, bastante secundário, coloria as reminiscências do principal sobre os horrores da guerra, como diriam pessoas sensíveis. O soldado tinha por hábito contar histórias pessoais e escabrosas, bélicas ou não, sobre pernas arrancadas, escalpes esvoaçantes, noivas em fuga e outros tipos de humanidades.

Quando lhe perguntavam como se sentira na altura do acontecimento, a resposta era sempre a mesma: «I had to laugh like hell». Isto, é claro, sem nunca esboçar sequer um sorriso.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Evidências

«Depois, num ápice, num acaso, numa esquina imprevista, a estopa chega-se ao fogo e o amor não tem retorno. Até que se consome. Até que se consuma.

Um rosto de repente necessário, uma voz inevitável, um sorriso inesquecível, um gesto o mais luminoso dos gestos. Num ápice, o medo é igual ao inexplicável sentido de tudo, e há uma pessoa, uma única pessoa em todo o mundo, pela qual abandonamos o cepticismo, ignoramos a inconveniência, desprezamos o sarcasmo, suportamos a incompreensão, aceitamos o sofrimento como se fosse comunhão em espécie.

Estamos num domínio espectral mas tão concreto: o domínio das evidências. O organismo todo em uníssono, veias e sono e fôlego a noite dentro. O medo é um nervosismo no abdómen que se confunde com a sensação de estar aqui, agora, integralmente vivo e cheio de deus. E isso é razão bastante para ter medo. Muito medo. Medo de jogar tudo. Medo de perder tudo. Medo da aniquilação, uma aniquilação que não podemos enganar, submergir, enterrar às pazadas.

O medo do amor e o amor são uma e a mesma coisa. É o único destino humano decente, o único destino humano aceitável. Aceitar o mundo e aceitar o medo, como se esse fosse o nosso único nascimento.»

Pedro Mexia, Primeira Pessoa

terça-feira, janeiro 09, 2007

Eternidade Binária

Escrever no blogue nunca foi um vício. Depois de três anos e poucos meses nisto, não partilho das sensações evocadas por outros bloguistas que surgem da rememoração do entusiasmo febril de início de actividade. Escrever no blogue também nunca foi uma obrigação, mas tenho dificuldade em assumi-lo como um prazer. Talvez seja uma necessidade, mas não no sentido utilitário do termo, já que este blogue é claramente inútil. Nunca consegui manter diários ou blocos de anotações, mas já vou no segundo blogue e guardo várias mensagens sms em rascunho, que surgem em função do blogue mas raramente para o blogue.

O blogue surge como um espaço de escrita subjectiva, mascarada numa teleologia objectivamente umbiguista, mas que é sobretudo voltada para um público e para um exterior. Por vezes também dá um sentido a pequenos acontecimentos do quotidiano (e fora dele), que se tornam em pontos de partida ou becos sem saída para a ideia post.

É escrever como a mais directa forma de comunicação, poderosamente ambígua e velada ou aspirante e fracassada. A sua presença é exigente, ainda que compreensiva. Não é um quadro de recados, mas sim um quadro de sentidos, onde, algumas vezes, se regista a mediocridade elevada à eternidade binária. Outras vezes até que tem piada.

domingo, janeiro 07, 2007

Tenho ouvido o 'Soul Food to Go' dos Manhattan Transfer, mas não os vou incomodar com isso* ♪

E não consigo gostar muito dos Silver Jews, soam-me a low profile com toques de subversivo, naquela maneira indie circunspecta e musicalmente respeitável, o que me irrita um bocado. No entanto, gosto bastante deste tema, lembra-me coisas. Play it.

*não ficaria bem, até porque é o cover de um original do Djavan


I asked the painter why the roads are colored black. He said, ‘Steve, it’s because people leave and no highway will bring them back.’

Silver Jews, Trains Across the Sea

sábado, janeiro 06, 2007

ACHTUNG BABY presents: "Adoration of the Magi" Comics!

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Em 2006

Rui Unas, um bom apresentador de televisão dentro de um género que o próprio criou (o que é extremamente fácil e difícil ao mesmo tempo), convenceu-se que era comediante.

No entanto é possível que isto tenha ocorrido em 2005, ou até em Julho de 1998, nunca o saberei.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

'O logro da aventura'

Sísifo

Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no Pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.


[Miguel Torga]

segunda-feira, janeiro 01, 2007

ACHTUNG BABY 2006 - Um Ano em Blogue



Um bocadinho de self-indulgence ao som de So Alive - Ryan Adams; e Dirty Mind - The Pipettes. Bom 2007.
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