segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Making Jazz

«I do not propose to discuss my love life. I will say that I still can't get over how women are shaped, and that I will go to my grave wanting to pet their butts and boobs. I will say, too, that lovemaking, if sincere, is one of the best ideas Satan put in the apple she gave to the serpent to give to Eve. The best idea in that apple, though, is making jazz.»

Kurt Vonnegut, no excelente Timequake; onde demonstra que só um grande escritor em fim de carreira é que consegue aproveitar de melhor forma a crise literária de escritor em fim de carreira, essa espécie de andropausa literária, suponho. Joseph Heller tinha feito o mesmo em portrait of an artist as an old man, que também se recomenda. E para bem das pessoas sãs que sabem que o Mistério só pode fazer parte do Absurdo, Vonnegut continua a escrever no In These Times.

Gostava agora de (re)começar a ler o Austerlitz do W. G. Sebald, depois de duas interrupções forçadas durante o ano passado. Não ando com muita vontade, devo confessar. O Austerliz é uma espécie de Código da Vinci da blogosfera portuguesa, e isso irrita-me quase tanto como o Jack Johnson.

sábado, fevereiro 25, 2006

Passatempo

O que há de errado nesta imagem?

Resposta: Jack Johnson.

Até encomendei um gráfico para que percebessem melhor


Linha Azul - A evolução do meu nível de satisfação, relativo aos últimos meses, com o ambiente e a frequência do espaço nocturno denominado LuxFrágil.

Linha Encarnada - A evolução do meu volume de ódio, relativo aos últimos meses, dirigido a todas as pessoas que apreciam a música do cantor/surfista/documentarista/amante-dos-pés-descalços denominado Jack Johnson.

Penso que a relação é claríssima.

Música para a ressaca num dia de Inverno

A tocar aí ao lado Shadows in the Rain, um original dos The Police, mais tarde reinventado pelo Sting (com aquela banda que fazia inveja ao Miles Davis) no álbum Dream of The Blue Turtles, e agora aqui esquartejado por esses dois psicopatas do jazz, que se chamam Christof Lauer e Jens Thomas. A voz é de Sidsel Endresen, que eu nunca vi na vida e me recuso a googlar, porque certas imagens devem permanecer no campo do sagrado.

Acho que devo avisar que o resto do álbum é uma orgia instrumental, onde se assassinam grandes clássicos como o Every Breath You Take ou o Every Little Thing, com requintes de malvadez e atonalidade que só estão ao alcance de alguns génios psicopatas.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Goddamn! (texas-style)

Eu ia escrever um post sobre isto, é que ia mesmo...

Também gostava de dizer que já sabemos todos que o sexo é fundamental, necessário para o bom funcionamento do organismo, de preferência bom e muitas vezes. E que somos todos óptimos na cama (ahahahahahah!). Ah!, e que os autores dos blogues de que falo, são seres assumidamente sexuais, evoluídos, descontraídos, sem preconceitos e muito liberais.São todos umas bombas-sexuais. Sem excepção. Naturalmente. (Papoila)

Goddman.

Eu ia falar disso dos bloguistas serem todos óptimos na cama, «assumidamente sexuais» já não sei bem o que quer dizer, e evoluídos nas artes tântricas. Sobretudo os bloguistas homens evoluídos sexualmente, que gostam de dar a entender, por maneiras mais (ou menos) discretas, que sabem o que é um clitóris e que as mulheres gostam de confiança na cama. Alguns apresentam-se mesmo como um dávida única, numa subespécie de «tarado letrado» (como se não houvessem por aí aos pontapés), do género: «queres que te leia T.S. Elliot ou damos uma de duas horas? Se preferires fazemos as duas coisas ao mesmo tempo.» Incrível.

Ou as mulheres bloguistas evoluídas sexualmente, mulheres inteligentes sem pejo em assumir a sua depravadice, ao mesmo tempo que revelam em textos cheios de palavrões como sofrem à mercê das mãos de homens inexperientes, ou como perdem tempo a doutrinar esses mesmos homens. A audácia!

A conclusão é óbvia: no dia em que um bloguista homem fosse para a cama com uma bloguista mulher, os servidores da blogosfera entrariam em colapso perante a potência libertada por tal encontro.

De resto, eu até acho bem que não se tenha recato na parvoeira. O que seria da blogosfera, ou blogoesfera, whatever, sem esta parvoeira? Uma coisa cheia de abruptos?

Enfim, maradona (uma lambidela) só pode haver um, e Alexandre Soares Silva idem (outra lambidela); o resto que continue a escrever parvoíces e a insinuar que manda grandes quecas, ou mandaria - caso alguma vez tivesse a oportunidade.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Os 'cartoons' não servem apenas para lançar a discórdia entre os povos

(título alternativo, mas menos sério - O Amor entre duas Nações é uma coisa muito bonita)

O beijo através do Atlântico, Mora (1922) - publicado na Ilustração Portugueza e na Revista da Semana (Brasil) para assinalar a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Lei da Blogosferidade Universalista em Esfera Blogal Particular Aqui Numerada Pelo Numeral Cardinal Um

1 - Um óptimo blogger dá um bom cronista e um comentador televisivo não-lá-muito-bom.

Nuno Rogeiro ensina umas coisas a João Pereira Coutinho no Expresso da Meia-Noite (o da SIC Notícias) de sexta-feira passada:

«The force is strong in you, young Coutinho, but you are not a television pundit - yet».

Enquanto esperamos pelo Prós e Contras sobre a parolice portuguesa que ri perante as carícias de dois 'cowboys' gays, eu só queria dizer que:

O filme mais incomodamente gay de sempre é o Legends of the Fall. Não existe nenhum homem que não tenha saído do cinema a pensar: "este cabrão do Brad Pitt é mesmo bonito para caralho". E quem disser o contrário está a mentir.

Mourinho inicia guerra psicológica contra cientistas

«He said: "Sometimes you see beautiful people with no brains. Sometimes you have ugly people who are intelligent, like scientists." » (football365.com)

Karl Marx, The

Karl Marx, The (noun) - This is the attempted penetration of a woman's bellybutton with a penis. Like communism, it sounds like a good idea, but it just doesn't actually work.

in Encyclopedia of Sex - the web's best source of sexual terms and definitions

sábado, fevereiro 18, 2006

Post longo, sem imagens. Contém: considerações pessoais sobre o Brokeback Mountain, a expressão 'gramática do realizador' e um interlúdio humorístico

Da mesma maneira que o Ang Lee fez com que o Hulk fosse um filme de merda, consegue que o Brokeback Mountain seja um grande filme de amor.

Não sobre o «amor gay» (se é que isso existe); mas o amor passional entre dois homens, entre duas pessoas. Não digo que o problema do Hulk tenha sido o facto do Eric Bana não ter sido sodomizado. O que no filme do gigante verde pareceu ser uma obsessão de Ang Lee com o «aprofundar psicológico» das personagens (tendo resultados soporíferos), em Brokeback Mountain é uma gramática natural de um realizador extremamente talentoso.

Não concordo quando se diz que o filme poderia ser o mesmo se os protagonistas fossem um homem e uma mulher, transpondo-se o contexto de repressão/envolvência social/blá-blá-blá. Brokeback Mountain é sobre dois cowboys ('vaqueiros' lembra-me margarina) que se apaixonam no Midwest americano dos anos 60. São estas as «condições» que fazem que o trabalho de Ang Lee resulte num melodrama muito bom.

Interessante a expectativa que se sentia na sala do cinema, durante os momentos iniciais do filme. Acho que é quase impossível haver ali alguém que não soubesse nada do assunto do filme (embora admito que alguns possam ter estado à espera de ver qualquer coisa do género de um Wyatt Earp gay:

Wyatt Earp - You've spread violence in Tombstone for too long, Billy Clanton, I'm taking you to jail and settle this once and for all!
Billy Clanton - Jail? And then what you gonna do, sheriff? Shoot me like a dog?
Wyatt Earp - No. I'll make love to you like a dog, and only after that I'll shoot you.
Billy Clanton - Hey! I'm not gay!
Wyatt Earp - Neither am I, boy, but I sure am horny for you!

-fim do breve interlúdio humorístico-)

Em determinada cena do filme, aquela em que se dá o primeiro «contacto» físico, a expectativa da sala deu lugar a um certo desconforto. Houve pessoas que devem ter feito caras de indignação, outras descobriram ou confirmaram qualquer coisa de que sempre desconfiaram, outras riram-se. Eu, confesso, ri-me. Não me sinto mal por ter rido, e é óbvio que tem a ver com um certo desconforto. Não acho que tenha problemas com a homossexualidade, ou actos homossexuais, como preferirem - mas é algo que não faz parte do meu quotidiano, sobretudo em termos de imagens.

Existe uma espécie de «choque visual», daí o tal desconforto, quando vejo dois homens a bejiar-se. Se, por um lado, me faz achar que as manifestações do género 'orgulho gay' podem ter um papel importante no derrubar de certos tipos de preconceito; por outro, este filme faz mais pela derrocada de algumas barreiras do que uma multidão de travestis histéricos aos gritos pela rua fora.

Ainda assim, não consigo deixar de achar uma certa piada à imagem de dois cowboys de camisa de flanela e calças de ganga justas, prestes a fazer sexo dentro de uma tenda. Sobretudo porque a maneira de falar da personagem do Heath Ledger me lembra o George W. Bush.

Se o primeiro momento intímo dos dois protagonistas me deu vontade de rir, a verdade é que a determinada altura do filme já estava arrebatado pela intensidade do drama de amor em Brokeback Mountain. Como qualquer bom filme do género, a história possibilita leituras diferentes, com aspectos mais subjectivamente marcantes para uns do que para outros.

Os dois actores são excelentes e os diálogos, como em qualquer filme bom do género - lembrei-me das Pontes de Madison County (e aquela intensa cena da conversa no camião, debaixo da chuva)- valem sobretudo pelo que não se diz ou não se consegue dizer (como na vida real).

As questões da repressão social (ou sexual) são importantes no filme, mas as que menos me interessaram. Marcou-me a verdade daquele amor entre dois homens diferentes, e a maneira como cada um se entregou - e rejeitou - à única coisa que podia dar sentido a uma vida vazia. Uma vida que tiveram de escolher ou à qual foram forçados.

O caminho de Brokeback Mountain está repleto de desilusões, mas na (ir)realidade da montanha os dois homens acabam por encontrar aquilo que sempre quiseram e nunca puderam ter. Ambos pagam um preço demasiado alto, embora cada um de maneira diferente, mas a sensação com que se fica é que nenhum deles trocaria aqueles momentos por nada daquele mundo.

A fotografia de Rodrigo Prieto (também fez o Amores Perros e o 21 Gramas) e as interpretações de Anne Hathaway e Michelle Williams, no papel das mulheres de Jack e Ennis, também merecem que se lhes faça justiça.

E, já agora, o trabalho de tradução não estava de todo mau, mas permanece por explicar o porquê de traduzir queer por «rabo».

-I'm not queer!
Eu não sou rabo!
(aqui era impossível não rir, perante a perversão de um tradutor que prefere usar a palavra «rabo» a «maricas».)

E este, vais apagar?

O blogger não anda nada bem.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Babypedia

Achtung Baby

Blogue pouco consolidado do ponto de vista de linha editorial, fundado em 2004, por autor semi-anónimo, cuja identidade permanece apenas ao alcance de indivíduos no pleno uso dos dois hemisférios cerebrais.

O nome 'Achtung Baby' é composto por uma palavra em alemão (Achtung) e outra em inglês (Baby). A pronúncia correcta é: Arre-Tungue, Bêi-Bi.

Arre é uma expressão portuguesa que deriva da expressão árabe arrih - grito para estimular camelos.

Tungue é o nome de um antigo sacerdote da Suméria, que se pensa ter sido responsável pela criação dos zigurates, do número seis - na altura passavam do cinco para o sete -, e pelo conceito José Figueiras (que só seria recuperado milénios mais tarde, visto Tungue não ter encontrado nenhuma utilidade para o uso do mesmo).

Bêi foi uma camponesa que viveu na antiga Judeia, a quem um escritor da época prometeu um papel de destaque na Bíblia, caso aceitasse ter relações com todos os seus vinte irmãos. A parábola acabaria por ser rejeitada e Bêi passou o resto da sua vida como figurante em obras menores, como os Pergaminhos do Lago Salit e as Aventuras de Golem na Ásia Menor.

Bi era a alcunha de um gajo que andou comigo na escola primária.

Acthung Baby também é o nome do melhor álbum da maior banda irlandesa do mundo: os U2. Suspeita-se que nenhum dos músicos seja um Golem.

Ainda mais importante, «Achtung, Baby!» era uma expressão utilizada no filme The Producers, realizado e escrito por Mel Brooks.

Der Führer does not say, 'Achtung, baby!' !

Indeed, he doesn't.

Apesar de ser um judeu bastante cómico, Mel Brooks também não é um Golem. Existem, no entanto, rumores de que é dono de um. Em baixo, uma imagem de José Figueiras.

No próximo post vai ser usada a palavra 'zigurate'


Não, não é um zigurate.

Update musical

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

Ainda assim não deixa de ser verdade que há um ano atrás andei pelo East Side londrino de guitarra e flores na mão

When the moon hits your eye like a big pizza pie
That's amore
When the world seems to shine like you've had too much wine
That's amore
Bells will ring ting-a-ling-a-ling, ting-a-ling-a-ling
And you'll sing "Vita bella"
Hearts will play tippy-tippy-tay, tippy-tippy-tay
Like a gay tarantella




Se o Dean Martin não tinha vergonha de cantar esta letra, eu também não tenho.

Será que se pode dizer: 'para mim o Dia dos Namorados é a celebração da amizade'? Ou então, 'Dia dos Namorados é quando um homem quiser'?

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(imagem de I-Mockery.com)

domingo, fevereiro 12, 2006

Ponha um pouco de drama na sua vida

Há pessoas não percebem bem a piada de viver. Levar-se muito a sério é uma das principais causas. Há tanta gente que se leva a sério, que leva tudo a sério, que fala em assuntos muito sérios. Claro que existem assuntos muito sérios, que devem ser discutidos de forma séria, mas quando falar deles tente não se levar muito a sério, ajuda.

Mas eu não quero falar sobre a seriedade, quero falar sobre o drama. Muitas vezes dizem-nos que não vale a pena dramatizar, que o drama é mau. São as pessoas «na boa». As pessoas «na boa» querem estar tranquilas, viver sem agitação. As intenções são salutares. Mas o problema das pessoas «na boa» é que são as que têm mais propensão a transformar-se em histéricas. E há poucos tipos de insectos mais irritantes do que pessoas histéricas.

É que o histerismo é diferente do drama. O drama assume-se, é grandioso - mesmo quando insignificante - como uma saga épica e majestoso como uma Balaenoptera musculus (baleia azul, ignorante). Só aceitando, e vivendo, o drama, é que se conquista qualquer que seja a causa que levou até esse mesmo drama. O histerismo não leva a lado nenhum.

O histerismo faz as pessoas gritarem despenteadas e não existe mais baixo nível de consideração do que aquele que alguém descabelado provoca em nós. Pode aprender-se muito com uma namorada dramática, por exemplo; com uma namorada histérica só se aprende a mentir e a revirar os olhos.

Assuma os seus dramas, escreva má poesia, insulte alguém com elegância - mas não seja apanhado desgrenhado e aos gritos.

Sempre, é claro, sem se levar muito a sério.

Em baixo, dois exemplos ilustrativos do que se escreveu:

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À esquerda, Albert Dürer assume de forma magnífica um momento de drama.
À direita, Pietko Munch, primo de Edvard, num momento de puro histerismo (se não fosse careca estaria despenteado), depois de ter deixado cair o seu Patek Philippe nas águas do Danúbio.

THE SOBS - Be a real life son of a bitch!

Outro dia estava a ver um dos meus primos mais novos a jogar computador e fiquei chocado. Não se ouviam tiros ou explosões, corpos humanos a ser desmembrados nem vê-los, nem sequer uma pequena risada maléfica ou um bocadinho de sangue que fosse.

Indignado, tentei que o puto se deixasse daquilo e fosse jogar qualquer coisa dos bons velhos tempos, como o Doom ou o Mortal Kombat (FATALITY!, anyone?), mas ele não ouvia uma palavra do que lhe dizia, porque estava ocupado a escolher o tipo de chão para o salão de uma mansarda em estilo colonial francês.

A minha prima que estava sentada ao meu lado à espera do momento propício para acertar com uma jarra na cabeça do miúdo, para que pudesse ir ela jogar o tal jogo, foi-me explicando o que se passava. Parece que aquilo se chama SIMS e foi feito pela mesma gente que nos deu o SimCity - que só valia a pena porque podíamos destruir as cidades que tinhamos construído com uma panóplia de desastres naturais, atiçando incêndios, motins e gangues de violação em massa. (Em abono da verdade confesso que nunca consegui construir uma cidade que não entrasse logo em bancarrota, mas talvez fosse porque sempre achei importante manter a proporção de uma estátua da liberdade por cada cinco habitantes.)

Adiante. Nesse jogo SIMS temos de criar e controlar a vida de pessoas normais. Fazê-los atingir os objectivos de vida, realizar os sonhos, ser felizes. Uma seca. Fiquei a pensar no que poderia tornar o SIMS bem mais interessante e, como sou um génio da programação informática, criei um novo jogo em apenas dois dias, com o qual me tornarei milionário. Está em inglês porque, obviamente, estou já a pensar em conquistar o mercado anglo-saxónico (para quem não sabe, os países onde se encontra todo o dinheiro verdadeiro do mundo).

Now, behold my latest creation:



With SOBS you can create your own customizable Sons of Bitches and live real life typical situations!



Progress in the game by getting Special Bonus Points for living up life's many sick and perverted situations!

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Take advantage of other people and use them to gain personal benefits for yourself! Yes, just like real life!

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Stop feeling like a loser just because everyone else is out having fun while you play computer games. Now you can be a son of bitch just like them!

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Thousands of real life situations for you to experience!

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Choose from a wide variety of pre-defined characters, like Bob the Pederast, Bondage Aunt Ellen, Jeff the Pothead Astronaut or Jim the Molesting Police Officer! Get yours now!

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sábado, fevereiro 11, 2006

'É bom demais'

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

E viva España

Nunca reparou que em alguns blogues se escrevem posts influenciados pelo álcool, que no dia seguinte são apagados? Não? É uma das vantagens de não trabalhar em casa. Talvez nem seja uma vantagem. Mas hoje é quinta-feira, quer dizer é sexta-feira. Uma festa em que se pedia uma password à entrada? «G-string»? Tantos homens de chapéu: o horror, o Horror. O problema é que a Kapital era logo ao lado. A Kapital? Sim, a Kapital. Há mais de quatro anos, imagine.

«Boa noite.»
«Boa noite.»

Sim, era só o que faltava.

Uma excursão de estudantes de arquitectura de Madrid.

«E o ice breaker?»
«Qual ice breaker, são espanholas.»
«Pois é.»

«Ficaste com o número?»
«Claro.»

As espanholas têm ganas. As italianas têm atitude. As inglesas não têm frio.

«Amanhã vais apagar este post
«Tão certo como agora andar a ouvir 100% Pure Old Skool Clubs Classics:
Rhythm is a dancer / It's a soul's companion / You can feel everywhere / Lift your hands and voices / Free your mind and join us / You can feel it in the air»
«Amanhã vais mesmo apagar este post.»
«De certeza.»

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Update musical

F-word, f-word, pardon my French, but it's BS, BS, can't you feel the stench?

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Don't mention the prophet!

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A democracy cannot survive long without freedom of expression, the freedom to argue, to dissent, even to insult and offend. It is a freedom sorely lacking in the Islamic world, and without it Islam will remain unassailed in its dogmatic, fanatical, medieval fortress; ossified, totalitarian and intolerant. Without this fundamental freedom, Islam will continue to stifle thought, human rights, individuality; originality and truth.Unless, we show some solidarity, unashamed, noisy, public solidarity with the Danish cartoonists, then the forces that are trying to impose on the Free West a totalitarian ideology will have won; the Islamization of Europe will have begun in earnest. Do not apologize. (...)
[Ibn Warrak, Der Spiegel]

E agora em português:

Francisco José Viegas:
O Ocidente permite que se publiquem alarvidades anti-semitas ou trapalhices anticatólicas; mas uma parte dele treme de pavor quando vê os "mullahs" incitarem multidões a queimar bandeiras dinamarquesas por causa de uns cartoons. Eu acho bem que queimem, se lhes apetecer. Mas não aceito que as queimem em minha casa, na minha rua, sob o céu do Ocidente.(...)

Pedro Mexia:
As opiniões inadmissíveis são essencialmente as que caluniem ou ofendam de forma grave pessoas concretas, sobretudo se alegarem falsidades lesivas da sua integridade moral. Já as opiniões que ataquem ideias ou convicções são todas admissíveis, porque a liberdade de crítica e sátira (mesmo a mais selvagem) faz parte integrante do núcleo inalienável da liberdade. (...)

Alexandre Soares Silva:
Muito tempo atrás tive a idéia de escrever um romance em que um político subpoeta, vagamente baseado em Sarney, traduzia Os Lusíadas para o francês. A tradução recebia algum prêmio qualquer na França; ele ia lá receber o prêmio, fardado e pimpão; e nesse momento as autoridades muçulmanas descobriam que no livro, Canto I, estrofe 99, Maomé é chamado de torpe. (...)

Eu sei que é muito itálico para um post só, mas no meio de tanto ruído e disparate recente, é bom não perder a perspectiva. E estes senhores falaram muito bem, bem melhor do que eu conseguiria fazer, sobretudo depois de ter acabado de ver o The 40 year old Virgin (jolly good fun, by the way).

domingo, fevereiro 05, 2006

Do you want some sweet mobile love?

S. Valentim Vodafone. Diz-lhe tudo o que sentes. Fala a 0 cent. para um número Vodafone à tua escolha entre 11 e 14 Fev. Para + info liga 1275 (gratuito).

Dizer tudo o que se sente? É capaz de não ser boa ideia, a verdade não custa 0 cêntimos.

Scrub Wisdom

Elliot: J.D., it's just so weird. I mean, my whole future was right there in front of me, and I just walked away. All because of you.

J.D.: Well, I think you made the right choice.

J.D.'s (narration): I think that the problem with most people who want what they can't have is that, when they actually get the thing they covet, they don't want it anymore. But not this guy.

Elliot: Well, Dr. Dorian, you have me. You finally have me.

J.D. (thinking): Oh, my God! I DON'T WANT HER!

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(Scrubs)

sábado, fevereiro 04, 2006

Ponha um pouco de magia na sua vida

-A roda de trás está a fazer um barulho estranho.
-Que tipo de barulho?
-Um flap flap...
-Que tipo de flap flap, exactamente?
-Parece um anão a masturbar-se.
-Um anão ou um gnomo?
-Faz diferença?
-Anão é o nome que se usa commumente para caracterizar pessoas que sofrem de nanismo, uma condição médica que provoca uma anomalia no desenvolvimento da estatura de um ser humano, levando a que o crescimento do mesmo não se faça em moldes normais. O resultado é uma pessoa de muito baixa estatura. Já um gnomo é uma criatura mítica que se crê habitar no subsolo terrestre. Também de baixa estatura.
-Pensando bem, acho que é um gnomo.
-Pois. Deixe aí o carro que já lhe dou uma vista de olhos. É só o tempo de ir calçar umas pantufas, que hoje está fresquinho.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Não tenho saudades nenhumas do Bananas, do Annie Hall ou do Manhattan. Vou ter saudades no dia em que o Woody Allen deixar de fazer filmes

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«[Match Point] has a terrible fascination that lasts all the way through. We can see a little way ahead, we can anticipate some of the mistakes and hazards, but the movie is too clever for us, too cynical. We expect the kinds of compromises and patented endings that most thrillers provide, and this one goes right to the wall.»

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Apocalypse Baby

Eu ia escrever um post sobre a nova encíclica papal - In Deus Caritas Est -, onde o Vaticano abre mão da sua larga experiência de séculos acumulados, e explica a mil milhões de pessoas (ou aos que estão a ouvir) o que é a concepção pura do amor; passando por temáticas tão interessantes como o sexo ou a pornografia.

O post chamar-se-ia Papa Don't Preach que, suponho, já deve ser um cliché, mas não lhe ficaria nada mal. Depois comecei a pensar nas consequências, e já que tenho andado a ler o Antigo Testamento (onde, horrorizado, constatei o sentido literal de 'conhecer' alguém em termos bíblicos) achei que era melhor não o fazer.

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(imagem através do NetDisaster, via Hey-City-Zen!)
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